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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O 6º Dia

Primeira Parte:


Abaixo os Puristas

Poema do beco
Manuel Bandeira


Que importa  a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.

BANDEIRA, Manuel apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.41.

Sobre o projeto Desafio dos 100 poemas em 100 dias veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/desafio-dos-100-poemas-brasileiros-em.html
Sobre o poema do 1º Dia "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-1-dia.html
Sobre o poema do 2º Dia "Poética", de Manuel Bandeira veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-2-dia.html
Sobre o poema do 3ºDia "Canção do Exílio", de Murilo Mendes veja em: http://www.matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-3-dia.html
Sobre o poema do 4º Dia "Pronominais", de Oswald de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-4-dia.html .
 Sobre o poema do 5º Dia "Essa negra Fulô", de Jorge de Lima veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-5-dia.html . 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O 5º Dia

Boa madrugada a todos, devido as festas de fim de ano, eu não pude dar prosseguimento regular ao projeto, pois bem,continuo aqui com um novo poema, feliz natal atrasado e até a próxima.
                                                          
Primeira Parte:

Abaixo os Puristas

                                       Essa negra Fulô
                                                                    Jorge de Lima

Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no banguê dum meu avô
uma negra bonitinha
chamada negra fulô
            Essa negra Fulô!
            Essa negra Fulô!
Ó Fulô!Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
- Vai forrar a minha cama,
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
             Essa negra Fulô!

Essa negrinha Fulô
ficou logo pra mucama
para vigiar a Sinhá
pra engomar pro Sinhô!
              Essa negra Fulô!
              Essa negra Fulô!

Ó Fulô!Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!

vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono,Fulô!

            Essa negra Fulô!

"Era um dia uma princesa,
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco."

            Essa negra Fulô!
            Essa negra Fulô!

Ó Fulô?Ó Fulô?
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"Miinha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".

              Essa negra Fulô!
              Essa negra Fulô!

Fulô?Ó Fulô?
(Era a fala da Sinhá
chamando a Negra Fulô.)
Cadê meu frasco de cheiro
que teu Sinhô me mandou?

- Ah!foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!

O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor
A negra tirou a roupa.

O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô.)

           Essa negra Fulô!
           Essa negra Fulô!

Ó Fulô?Ó Fulô?
Cadê meu lenço de rendas
cadê meu cinto, meu broche,
cadê meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah!foi você que roubou,
Ah!foi você que roubou.

            Essa negra Fulô!
            Essa negra Fulô!

O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dele pulou
nuinha a negra Fulô.

            Essa negra Fulô!
            Essa negra Fulô!

Ó Fulô? Ó Fulô?
Cadê, cadê teu Sinhô
que nosso Senhor me mandou?
Ah!foi você que roubou,
foi você, negra Fulô?

               Essa negra Fulô!


LIMA, Jorge de apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp.37,38,39 e 40.

Sobre o projeto Desafio dos 100 poemas em 100 dias veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/desafio-dos-100-poemas-brasileiros-em.html
Sobre o poema do 1º Dia "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-1-dia.html
Sobre o poema do 2º Dia "Poética", de Manuel Bandeira veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-2-dia.html
Sobre o poema do 3ºDia "Canção do Exílio", de Murilo Mendes veja em: http://www.matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-3-dia.html 
Sobre o poema do 4º Dia "Pronominais", de Oswald de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-4-dia.html  .
 
 
 
 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O 4º Dia

Primeira Parte:
Abaixo os Puristas
pronominais
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

ANDRADE,Oswald de apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.33. 
Sobre o projeto Desafio dos 100 poemas em 100 dias veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/desafio-dos-100-poemas-brasileiros-em.html
Sobre o poema do 1º Dia "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-1-dia.html 
Sobre o poema do 2º Dia "Poética", de Manuel Bandeira veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-2-dia.html 
Sobre  o poema do 3ºDia "Canção do Exílio", de Murilo Mendes veja em: http://www.matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-3-dia.html 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O 3º Dia

Primeira Parte:
Abaixo os Puristas
Canção do Exílio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametistas,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode durmir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!

MENDES, Murilo apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.33. 
Sobre o projeto Desafio dos 100 poemas em 100 dias veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/desafio-dos-100-poemas-brasileiros-em.html
Sobre o poema do 1º Dia "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-1-dia.html 
Sobre o poema do 2º Dia "Poética", de Manuel Bandeira veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-2-dia.html 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O 2º Dia

Primeira Parte:
Abaixo os Puristas
Poética
Manuel Bandeira
Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
                                                        [manifestações de apreço ao Sr.diretor
Estou farto do lirismo funcionário que pára e vai averiguar no dicionário o cunho
                                                                                       [vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirimos namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar
                                         [com cem modelos de cartas e as diferentes
                                         [maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
-Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp.31 e 32. 
Sobre o projeto Desafio dos 100 poemas em 100 dias veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/desafio-dos-100-poemas-brasileiros-em.html
Sobre o poema do 1º Dia "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade veja em: http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/12/o-1-dia.html 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Desafio dos 100 Poemas Brasileiros em 100 Dias

No Pão de Açúcar
de cada dia
dai-nos Senhor
a poesia
de cada dia

Oswald de Andrade 

Boa noite,ou bom dia, pois passamos da meia noite. Depois de muito tempo sem escrever devido a questões profissionais, (in)felizmente, terei mais tempo para voltar-me a dedicar algumas horas do dia a esse blog. Mas,não é sobre isso, sobre mim, que venho escrever aqui:
Para começar, recentemente, no facebook de uma amiga, recebi um desafio ao qual foi colocado no blog http://mundopublico-universosparticulares.blogspot.com/ , que consiste em postar 250 músicas,uma por dia.Em resposta a esse desafio direi:Sim,eu aceito,mas responderei ele a minha forma a minha maneira, te desafiando também.
Há alguns meses atrás, recebi de presente de o livros "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século" , seleção de Italo Moriconi, da editora Objetiva, 2001.Recentemente,tenho lido diversos autores: Albert Camus (a peça Estado de Sítio,O Estrangeiro, A Peste),Franz Kafka (A Metamorfose,O Processo, O Castelo) Walter Benjamin ( A modernidade e os modernos),George Orwell (1984),Mikhail Gorbachev ( A Perestroika), Aldous Huxley (As Portas da Percepção, Céu e Inferno,Admirável Mundo Novo, Regresso ao Admirável Mundo Novo, A Ilha), Chico Buarque (Fazenda Modelo-Novela Pecuária), José J. Veiga (A Hora dos Ruminantes)...porém pouca atenção dediquei a poesia, seja por motivos de trabalho ou predileção pessoal.Pois bem,como uma forma de me incentivar a leitura de poesia e de todos os leitores farei uma campanha/desafio, para incentivar a leitura em nosso país. tendo em vista o crescente número de leitores e de "citadores" de autores na internet, penso que é mais do que oportuno mostrar,inclusive as novas gerações d eleitores e poetas, o que seus predecessores produziram até como forma de aperfeiçoamento literário,filósofico,intelectual e talvez moral. Por isso. falareio: Desafio a todos a postarem cem poemas em cem dias em blogs, redes sociais, em qualquer lugar onde se possa ler e dividir a leitura.
Para isso,resolvi usar como obra guia e referência a obra de Italo Moriconi, e postarei aqui apenas poemas de autores brasileiros, sei que é um risco pois posso resvalar nas predileções pessoais do autor,mas se é para começar que seja por um porto seguro ou não, pos não importa a ida e sim a chegada. Importante: Não é obrigatório a quem for participar seguir essa linha de ação minha, sigo ela por uma questão puramente didática, é válido desde autores internacionais, desconhecidos a produções pessoais, sejam individuais ou coletivas. Só é pedido que sejam Poemas e que coloquem a referência sobre os autores e a obra (e salientar quando for anônimo).Seguindo a divisão do livro, dividirei em tópicos. O primeiro se chamará "Abaixo os puristas".
E como primeiro poema, publicarei aqui "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade.Boa noite e boa leitura.


O 1º DIA

Primeira Parte:
Abaixo os Puristas

"Na poesia brasileira, é a revolução modernista de 1922 que dá régua e compasso. Transforma-se em relíquia o lirismo passadista, comedido e convencional, criticado por Manuel Bandeira em favor do lirismo passional de bêbados, loucos e palhaços. O poeta agora é o gauche, o desajeitado, d eque fala Drummond.A poesia serve para dizer aquilo que dentro de nós produz desconforto. O real vence o ideal na disputa pelo poético. E assim o Brasil começa a dizer de maneira mais direta nos versos de seus poetas. Abaixo os puristas. Rompem-se as amarras com a tradição, a língua portuguesa fica mais brasileira, "bárbara e nossa", como quer Oswald de Andrade. Os modernistas esquecem Lisboa e celebram Paris, aposentam Camões e consagram Baudelaire. Por outro lado, absorvem a linguagem popular das ruas, os múltiplos acentos regionais, os falares multiétnicos de nosso índios e nossos negros.Ficamos menos lusitanos.E nos tornamos, de um só golpe, mais cosmopolitas e mais nacionalistas."
  1. 1ºPoema, 1º Dia


Poema de sete faces

Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse:Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabia que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução,
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


citado em: 

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. apud MORICONI, Italo (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp.28, 29 e 30. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Testamento:Contrato de compromisso consigo mesmo (Não deixarei saudades para trás...)


Está decidido: Quando me for, não deixarei saudades para trás.Não deixarei nada para trás. Não recuarei mais de minha decisões, nem das consequências de meus atos. Levarei todas elas na mala, fazer as trouxas com todas as coisas,e carregar tudo nas costas. Deixo a casa, as cartas, os vidros quebrados, as bonecas de porcelana, os jasmins, os discos.Levo apenas comigo,o necessário de tudo isso, que eu deixei.
Eu sei,haverá objeções,críticas e reclamções.Injustiças ou incompreensões dos quais não poderei escapar nem evitar.Mas,que ainda assim,eu as prefira a todas elas do que regredir a teimosia de meu Ego.Prefiro ouvir,por mais que doa o erro e ponderar, do que jamais ter pensado e aprendido.
Não será de um dia para outro, mas chegando a hora, sei que não poderei mais me demorar. O caminho é longo, tem muito chão, poeira e barro.  Essa areia que entrará no sapato, eu tirarei da sola apenas quando parar numa sombra amiga ou numa casa perfeita, aonde se possa olhar a paisagem ou tomar um café preto na mesa.Vou tirar o pó das sandálias e guardá-las aonde vento nenhum possa carregar, até o dia em que a morte ou o Alzheimer levem na embora.
Eu vou ter nos ombros, os pesos de erros e desatinos.Porém, creio que de algum modo, mesmo sozinho, haverá um ombro amigo com um ouvido limpo, ou de preferência com o mínimo de cera e reservas, para me escutar.Tentarei não amolar facas e tempos alheios com o desnecessário, o fútil ou  chatisses. Se eu puder evitá-las todas, me darei por satisfeito,se não tentarei sempre.Só o essencial deverá ser conversado para desarmarrar os laços do nó górdio que pesam no miocárdio com a espada alexandrina da clareza,simplicidade e sinceridade.
Conhecerei as manhas e as manhãs. O sabor das massas e das maçãs. Irei mais além, ousarei sonhar, mesmo nos tempos em que caiam a mais forte tempestade ou a mais pesada noite escura. Lembrarei dos Vagalumes, das Cigarras, das Formigas. Do luar. Deitarei a cabeça nas pedras, o corpo na grama e olharei a noite como se fosse o último ato de uma composição de Chopin.
Molharei todos os dias ao acorda, o rosto com a água da fonte ou da cachoeira mais próxima. Lavarei meu corpo com toda água de cheiro que eu encontrar. Sei que ao entregar meu corpo ao outro, irei me cortar de espinhos. Porém prefiro pagar para ver o cheiro das rosas, do que ter sido egoísta e nunca ter amado as flores. É mais fácil falar do que fazer, mas se eu não falar, quem mais irá fazer?Então é bom deixar a preguiça de lado, as reservas e amar de novo o novo sempre,seja na forma de antigos rostos ou fascinantes desconhecidos.Mas que venham todos com carícias, sexos e beijos cheios desse Axé que é a vida.
Que seja esse o meu Élam vital  Bergsoniano: A infinita capadicade de me surpreender com o inesperado, o belo e o infinito.
E se no fim da jornada,meus joelhos se dobrarem e não conseguir mais andar.Se eu me deitar cansado e não conseguir mais me levantar.Se meus olhos estiverem tão pesados, que seja até difícil sonhar.Antes do último apagar das luzes,antes que os panos todos caiam sob a ribalta.Eu teria escrito mil ficções, orado mil orações, cantado mil canções, amado mil corações, abraçado mil irmãos, e vívido mil encarnações, todas elas como se fossem a primeira vez.
E deixarei assim, o meu testamento com os grãos da terra, que semearão e brotarão, formaram bagas de sementes com os quais faremos o pão, que é o corpo da vida, do Cristo,e com o vinho da alegria, seu sangue, eu e todos os meus filhos, brindaremos para no final não nos arrependermos de nada e dizer:
"-Valeu a pena caminhar nas pedras do Arpoador,junto ao mar!".
Esse é meu direito,minha decisão.
assinado,
(coloque seu nome aqui)

domingo, 4 de dezembro de 2011

A Melhor História da Turma da Mônica

O quadrinho que eu posto hoje está circulando pelo facebook por meio desse blog:http://www.voutedizer.com.br . Inicialmente eu não liguei a mínima,mas depois de ler,e relembrar os tempos em que eu linha o Almanaque de Férias da Turma da Mônica,fiquei muito emocionado com essa singela história do Maurício de Souza.Honestamente,eu prefiria que ele não tivesse mudado o traço no "A Turma da Mônica Jovem" para o estilo mangá (para mim,foi um completo desperdício que tirou a originalidade e a pureza dos traços originais,sem falar que descaracterizou e comercializou ainda mais uma parada tão infantil,mas enfim...).Porém,realmente eu concordo:O cara é um gênio,e se não for, tem momentos de rara sensibilidade e beleza.Dedico essa postagem aos meus amigos,todos eles que me aturam até o fim,e as pessoas que eu amo.Um bom início de semana a todos,e fiquem com Deus.Até a próxima^^.

A melhor história da turma da Monica

Quem já acessa o vtd, sabe que eu sou muito fã da turma da Mônica, e quando eu passeava pelo mar internético me deparei com uma história super legal da turma da Monica e resolvi compartilhar com vocês, que o Mauricio é gênio todos sabem, o cara é uma pessoa que marcou a infância de muita gente que cresceu lendo seus quadrinho, vejam:









sábado, 3 de dezembro de 2011

Sweet Dreams - Marilyn Manson (MMV Berserk)

Mais um MMV de Berserk, se você quer conhecer esse mangá e ver o primeiro vídeo feito acesse nesse blog:http://matuzalobosolitario.blogspot.com/2011/11/amv-beast-within-berserk-manga-feat-in.html



Sweet dreams are made of these
Who am I to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something

Some of them want to use you
Some of the them wanna get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused

I wanna use you
And abuse you
I wanna know what's inside

Movin' on, movin' on
Movin' on, movin' on
Movin' on, movin' on
Movin' on!

Sweet dreams are made of these
Who am I to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something

Some of them want to use you
Some of the them wanna get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused

I'm gonna use you and abuse you
I've gotta know what's inside
I'm gonna use you and abuse you
I've gotta know what's inside

O Salto - O Rappa (Acústico MTV)

não fala merda, esse clipe foi sensurado pro que foi feito logo depois que o collor confiscou a caderneta de poupança de todo mundo, um cara se matou com uma filha no colo, no dia anterior a esse fato, ele juntou os dois fatos e fez ser a mesma historia, e ficou muito boa por sinal.
rafaelnetto1000 1 mês atrás no Youtube.com

..motivo mais do que suficiente para postar essa música hoje,não acham?Para Breno e Priscila de Teresina,lembro deles quando escuto essa música...meus irmãos piauenses...



O Salto

O Rappa

Composição: Carlos Pombo / Marcelo Lobato / Marcelo Falcão / Lauro Farias / Xandão 
As ondas de vaidade
Inundaram os vilarejos
E minha casa se foi
Como fome em banquete
Então sentei sobre as ruínas
E as dores como o ferro a brasa e a pele
Ardiam como o fogo dos novos tempos
Ardiam como o fogo dos novos tempos

E regaram as flores do deserto
E regaram as flores com chuva de insetos
E regaram as flores do deserto
E regaram as flores com chuva de insetos

Mas se você ver
Em seu filho
Uma face sua
E retinas de sorte
E um punhal reinar
Como o brilho do sol
O que farias tu?
Se espatifaria
Ou viveria
O espírito santo?
Se espatifaria
Ou viveria
O espírito santo?

Aos jornais
Eu deixo meu sangue
Como capital,
E às famílias o punhal
À corte eu deixo o sinal, sinal!

E regaram as flores do deserto
E regaram as flores com chuva de insetos

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mother


- Só as mães são felizes.
Cazuza

Cortar o cordão umbilical.Essa é a sensação mais dolorosa.Para quem? A mãe ou o filho?Se nasce,a vida o coloca num rio, dentro de um pequeno cesto de vime, preso por um frágil cordame.Em algum momento,ele parte...e você, pequeno Moshlev ("filho das águas",em hebraico), conduzirá a si mesmo nesse mundo?
Você cresce.E á virgem Maria parece ter momentos de Médeia.Você já deve ter ouvido mais de uma vez, "minha mãe é maluca!","eu não entendo a minha mãe..." outros mais abusados até dizem "é falta de sexo...".Nunca eles tiveram uma mãe que se degenera na solidão da loucura ou nas voragens de ódios químicos.
Há impétos de sair de casa, de abandonar tudo, de arrumar outros planos, mirabolantes. Que decepção é ver que seus objetivos não corresponde aos dela, como descrever o peso das cobranças, algumas inclusive injustas.Como não se sentir indiferente?
O colo que abraça ou que deveria abraçar pode sufocar, mas ainda que sufocante ele é quente. Mãe, é um estado espiritual de quem abraça de uma forma buscando proteger e amar. Mesmo quem não teve esse tipo de amor,pode amar de tal forma, que o abraço se divide em calores, em forças. Se perguntar qual a melhor forma de se separar ou se unir, confesso não sei.Carrego dentro de meu eu a mãe que depositaram em mim na forma de abraços,beijos, amor.Amor.

domingo, 20 de novembro de 2011

Admirável Mundo Novo (suite para o Bolero de Ravel ou trilha sonora para fim dos tempos)

"- Sejam Bem Vindos, senhoras e senhores, a esse cabaret depravado!"
Codinome V,  HQ V for Vendetta, Alan Moore, 1985.

" - Oh!Admirável Mundo Novo, que enceja criaturas tais..."
A Tempestade, William Shakespeare.

Eu vejo uma geração alcoolátra.Eu vejo ela se multiplicar,nos lodos das rede sociais, alegremente, rastejando se embrenhando, marcando encontros. Eles querem esquecer de si, se entorperSer. Serão os futuros adultos, professores, pais, mulheres, homens, políticos do amanhã.Cada vez mais novos, cada vez, mais ociosos.Triste, tão logo os sintomas do alcoolismo se dirimem e retornam a seus cotidianos mediócres e suspeitamente silenciosos, jamais falados,comentados ou sentidos nos lugares onde sempre vão ou convivem.
Eu sinto cheiro de um geração viciosa, prostituída. O seu cheiro é de amabilidades, de sociabilidades, mas o quanto são sociavéis? Na nuvem, todos somos universitários, adultos, maduros, sensuais, sexuais, poetas, exemplos de sucesso comunal, quando somos bem pequenos, demais para que nossos egos admitem de fato, o quanto somos infelizes por não corresponder há aquilo que tantos admiram e quereriam (que fingem acreditar) ser verdadeiro, e que muitas vezes não passa de um letreiro de aforismo retirados de algum obscuro luminar de um passado distinto celebrizado pelos "perfeitos" de plantão.São sensíveis esses moças e senhoras:Tal qual a bolha verde e nojenta da lama fétida que ao ser tocada,se desmancha em bactérias e pestilências no ar.
Eu escuto os sons de uma geração narcísica, hipócrita. Ela implora por amor, implora piedosamente:Por favor,dai-nos amor?Dai-nos amor?AMOR?Mas,que amor?São todos bons de alcova.São todos prestadores de  favores ao culto de Sodoma e Gomorra.Porém, nunca estiveram de fato lá, nunca olharam para trás e terrificados viram seus valores serem petrificados em sal.Eles que escondem dos pais, das igrejas, dos amigos, das sociedade, seus lampejos de Sade.Eles que gritam BABILÔNIA!Irmãos,Babilônia!Serão os primeiros que ao arranjar conjugês e maridos, formarem famílias, votarem, trabalharem, e terem filhos, enfim, heteronormativos, passarão a condenar as gerações seguintes pelos excessos de sexualismo.Que eles mesmos aprenderam de seus pais,e que repassaram aos menores desatinos.
Eu sinto no paladar, o gosto de uma geração que se esforça em ser doce mas que não consegue esconder o quanto é amarga. Uma geração que se mata por qualquer coisa.Que se desespera por qualquer dor.Que não econtra saída.. Que exagera por qualquer ferida. Que jura pela manhã eternidade, a tarde finitude, a noite fim, a vígilia espera, ao amanhecer felicidades quiméricas. E no imenso muro das lamentações ao qual ajudamos a construir, as margens do rio Estíge repleto do sal e água dos prantos vázios, os amigos não são mais amigos, mas antidepressivos, os namorados apenas confidentes diários, as páginas de internet viram quartos de presidiários, os familiares estranhos que nos expulsam do (que) ninho (?) .Sentem falta de um tempo que idealizam,mas que na verdade é conservador e tudo, que sufoca tudo, que danifica tudo.Esse gosto azedo que não sai da boca,e que se nega a morrer até ser a essência de nosso Ser.
Eu sinto o toque, a aspereza da falta de tato, das faltas de gentileza e consideração pelos mais próximos, pelo cotidiano, pelo que nós pareciam ser valores válidos. Os desprezamos todos: Os amigos que dizem "eu te amo" um ao outro são viados, os homossexuais são celebrados como objetos de consumo não pelo que são de fato, a bissexualidade máscara de torpezas manipuladoras a liberdade sexual de dizer sim ou não pelo que queremos, a virgindade se torna ofensa e acusação/crime, a fidelidade um contrato de condôminio,o namoro uma piada (mal-sucedida) de Safo. Cantamos,"Liberdade,liberdade,abra as asas sobre nós!", e acertamos com um tiro de calibre.12 na primeira oportunidade o emissário do samba-enrredo campeão do passado ditatorial, em algum beco imundo e abandonado, entre ameaçadores arranha - céus qe levantam sua espessa sombras e ilhas de calos, da mesma forma com que atingem com seus metais contras as nuvens, os portões do céu negro sem lua nem estrelas. 
Matamos Deus, e escondemos seu cadáver debaixo do assoalho da sala de jantar, e enquanto jantamos, e sentimos o cheiro pútrido da decomposição moral, louvemos graças ao pão nosso, que falta na boca do mendigo esfarrapado.
Não há consolo metafísico aos assassinos de Deus. Admirável seja, Oh! mundo novo que aqui triunfantemente nós todos vemos nascer, sobre os destroços ainda reluzentes do velho mundo, com todas as suas gerações espontâneas, dinâmicas, on lines, interativas, em tempo real, realitys shows, que vivem presentistas o esquecimento do passado e a insignificância do futuro Quão belas são essas criaturas somáticas, pneumáticas,sexualizadas que vós encejas...
 Admirável seja, Oh!, Mundo Novo!

sábado, 19 de novembro de 2011

O Estrangeiro


Algo perturba o escritor da madrugada. Ele tem sono,de fato: As pálpebras cansadas, os olhos vermelhos, as bolsas formadas ao redor das órbitas vázias de sistemas que lhe dêem um brilho solar.Todo o corpo grita.Morpheu, Hipnos,Sandman onde está o meu sonho?Cadê o seu peso de areias sobre meus ombros,que me fariam implorar descanso? Aonde foi parar meu refúgio nesse ninho desolador?É noturno, apenas a música executa o silêncio,que a noite cobre de estrelas sem luar.
Ele deitou na cama,estava cansado.Leu toda uma obra comportamentalista de ficção, que indicava o funcionamento de uma sociedade baseada na satisfação da felicidade individual por meio dos estudos e predições comportamentais da comunidade por meio de uma chamada "Engenharia Comportamental", o que na obra do escritor Burrhus F.Skinner, fundador da escola denominada Behaviorista da Psicologia Americana. A felicidade nada mais seria que uma série de satisfações mundanas resolvidas em suas necessidades mais básicas...resolvasse isso,e terás o Admirável Mundo Novo sem Soma ou alucinogénos que o valha,a um preço acessível,eficiente e presente.
Realmente,nada disso faz sentido.Ele anseia por algo novo.Que o movimente,que o salve.Ele inveja quem tem o sonho de voar para algo longe.Ele não pensa nisso,pois o longe será o mesmo que antes se ele chegar da forma como se encontrou.Será apenas estranho.Estrangeiro.
O escrito da madrugada tem sono,as idéias lhe faltam.O peso de Morpheu chegou,e já bateu a uma hora da madrugada.Os deuses venceram, a rotina ganhou,e tudo voltará a ser como sempre foi.E com elas as horas, todas elas, boas ou más, como sempre deveria ter sido.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Prológo: Discurso de Charlie Chaplin em The Great Dictactor (O Grande Ditador)

Por que eu devo me importar?



A imagem ai ao lado eu peguei após fazer uma extensa mas nem muito longa pesquisa na internet sobre imagens a partir da seguinte frase "se importar",par ailustrar esse blog, então encontrei essa daqui desse blog que tem um nome sugestivo: Simplesmente vivendo a vida .
Essa semana eu não quis escrever. Não quis me importar. Porque durante tanto tempo,aqui escreveram, falaram,comentaram,tantas coisas que perdi por um momento o motivo pra escrever.Acho que precisava filtrar em mim mesmo,o motivo pelo qual eu deveria escrever,eu deveria me importar.Pra me importar de escrever.Nunca fui muito atento,sempre fui muito desligado,egoísta...e quem conhece esse blog sabe como é,toda essa coisa em primeira pessoa que de tempos em tempos vomito mais do que o normal.É,o mundo não é um lugar para quem se importa..e ele anda tão complicado.
Hoje,eu li coisas,pensei coisas,vi gente se cansar antes dos 30 anos.Filhas que não reconhecem mães,mães que agem como Médeias. Nos últimos anos,vi cartas de suícidio,falecimentos de amigos,abandonos,fins de namoro,mortes ao amor e a paixão. Críticas nem sempre amigas que se dizem "amigas".Gente que espera tanto de mim,e acho que eu decepciono por tão pouco.Pelos motivos de sempre:Não sou o sucesso sexual, financeiro, sentimental, profissional,que todos são...
Minha vida anda tão comum.Sme grande semoções,falta um pouco de paixão,adrenalina.Há um certo marasmo.Tédio,que ás vezes grita. De vez enquando,algo em mim bate forte.Até agora tem sido fogo de palha ou balões de ensaio para algo que talvez,nunca venha acontecer. Amigos,é uma palavra que,tem aparecido em meu vocabulário,mas pouco em meus abraços.Namoradas beijando então...
É,par aos leitores clássicos,os meus invisíveis censores que em seus mui seletos grupos dirão,algo do tipo:Mais um texto deprimente,merda,enfim,o de sempre.Até as críticas são as de sempre.Maior marasmo,impossível.Já perdi ás vezes que não entendo o que meus próprios familiares querem dizer.E sempre aparecem mais companheiros e colegas,enquanto os amigos se mantém distantes...
Os assuntos continuam comuns,pois os interesses são tão banais.Academia,mais um novo suplemento,baladas que nunca me chamam ou pouco me interessam, alguém arrotando superioridade por cima de meus ombros, os problemas de trabalho e faculdade, a educção e meus relapsos,as mulheres que são catadas iguaizinhas aquelas máquinas do shopping de se pegar ursos de pelúcia (alguma smais escorregadias,mas,pra quem tem habilidade,sempre,SEMPRE,fáceis), os jogos de sempre,os programas de sempre,os filmes,os livros...
No meio disso tudo,pela vontade de sair fora desse mundo,te pergunto:pra quê se importar?Digo,se importar com quê,pelo quem?E hoje,mais uma vez,alguém me disse que eu não era homem,em um grupo fechado qualquer (e provavelmente,alguém com raivinha irá me atazanar os ovos por ter escrito isso).
Eu não sou homem...
Hoje,mais cedo,li um blog.Era a história de uma menina com uma vida tão difícil.Foi expulsa de casa,então em um momento,a mãe que a expulsara,a quis que ela voltasse.Ela não voltou,bicho ferido desconfia da mão que apedreja,depois de tanta lapada.E com razão.A mãe então caiu da roseira,se espatifou e foi pro hospital,ela sabe,sabe bem,o que  a esperava.E tudo se confirmou: a família não a reconheceu,a mãe a hostilizou,e até uma funesta dama convidou pra o chá.Ameaçou de morte.Ameaçou de vida.
Porém,eu já esperava o desfecho de sempre:Ela vai tentar morrer.Meu ceticismo,cansado,já me dizia isso.Mas,ela não o fez.Não nesse momento,não agora.Quanto vai durar?Não sei,mas o fato de ela ainda,talvez espero ler isso,me diz.Ela irá se importar.
Então converso com outra pessoa,sobre isso.Ela tem problemas ainda maiores,que fazem os meus serem luvas de pelica.Ela se diz cansada de se importar.Porque toda vez que se importar,alguém a fere,a leva a pensar em se matar.Mas,ela sempre acaba se importando e ela não quer mais.Essa noite talvez ela escreva coisas,bonitas,coloque músicas,belas,poesias...muita coisa subjetiva para quem é de fora.Até externe uma vontade inexorável de busca por uma motivação ainda que distante.Mas,cansada,ela irá durmir,e enlouquecer com as rotinas que mais se parece via crúcis, nunca sua cama foi tão senzala alma,e ela não encontra descanso ans redes ditas socias:só cochilos de consciência em amenidades.Então ela me diz,mesmo sabendo dos fatos ditos acima:Pra quê se importar?Ao saber do parágrafo anterior, um mero désdem,fruto do cansaço respondeu:uma a menos para me preocupar...
Escrevi,tanto,para depois o facebook fazer silêncio.Eu iniciei a conversa por ter feito mancadas com meus pais que me cobram posturas mais atentas,que eu esteja mais presente.Tem razão,me importar.Mas,me importar com o quê?
Ela não quer se importar com mais ninguém,talvez espere o corcel negro de si voltar,o leão que sempre cavalgou voltar com força e que arrebate para uma saída,uma apaixonante sáida que não a leve a se matar.Que a leve a se apaixonar.E sumir.
Não tenho resposta,há ninguém: Nem a mulher que está frágil pelo falecimento de seu fiel cão,nem aos lírios que nascem da dor do mundo, nem as filhas de médeias, nem a esses meninos que bebem,arrotam e transam como homens.Eu não tenho porque não sou um homem.Não sou esse homem que querem que eu seja.
Eu me importo.Mesmo cansado,me importo.Porque,foi por me importar com alguém que eu nem conheço,uma récem - nascida menina que saiu de uma UTI em oito de outubro que estou aqui.Ela me ensinou,algo que talvez a tia dela não suspeita.Amar o próximo,de uma forma tão forte,como aquela que derrubou Saulo a caminho de Damasco,e o fez, um homem que se importava com alguém.
Eu sei,a vida é mil alfinetes que levam a picadas,que os levam por ferir.Porém pensa,se tudo e todos não se importar...como seremos?Você consegue realmente não se importar com ninguém?Ser totalmente indiferente,até a esse texto?Não,não peço que goste dele,que concorde,pode até me achincalhar.Só peço que,se lembre que,se importar ás vezes é uma tarefa árdua que nem sempre é recompensada (minha mãe que o diga).Porque nem todos percebem,se lembram ou querer que nos importemos,até nos testam pra saber até onde vamos.E um dia todos nós iremos embora de casa,nem que seja no ferétro da funerária.Levaremos nossa casa por onde quer que se vá,mas o lar,mesmo para aqueles que não o conheceram pode ser construído a sua forma...com os sentimentos que sempre experimentamos e aprendemos a viver.
É tudo muito piegas demais.Eu sei.Não tenho receita pronta,aforismos, Caio Fernando Abreu, nem nada que possa servir como algo impressionante para falar ou motivar ou cativar, como diria a raposa do pequeno princípe.Para você cansado leitor,de madrugadas insones ou exausto de preocupações,não devo ter motivado,bastante.Não sou motivador.Porém,se lembre que por mais que dóa a maior ameaça que podemos ter não é de morte é de viver.Pois a vida é uma madrasta cruel,e a gente tem que rebolar o dobro pra aprender,o que nem sempre aprendemos.Mas há tempo,mesmo para aqueles que estão na cova.Ainda dá tempo de amadurecer,e vê que apesar de toda a dor,não devemos nos importar com o mundo por causa do mundo,mas,porque somos o mundo.A vida é louca, a vida é psicopata, é leve.E ele cabe nos olhos cinzentos e grandes de uma menina diferente,levada de berço até o alto da Conceição em reconhecimento ao milagre de viver.Por uma tia negra que tanto chorou,por tanto,e que perto do céu,chorou de felicidade.
Talvez,as coisas não voltem a ser como antes.Talvez nunca tenham sido como antes.Só sei que esse é o presente que temos.E se for dizer,lembre-se que no fundo da caixa de pandora,ainda nos foi legado a esperança.Se importe com alguém:começe por si mesmo/a.Não te garanto a felicidade eterna,nem que os sonhso que tens há de se realizar,e se não tiver,ouse sonhar para ao menos não olhar e dizer "me arrependo",te ofereço apenas uma paz,um descanso a de surgir,quando voltar para seu lar ou voar para outros lugares,carregado de coisas,você abraçar sua mãe que te chama de louca,mesmo gritando,e lembrar a ela,sem dizer nada,que você a ama e que o amor é seu lar.E mesmo que ela queira te matar,se matar,memso que tudo dê errado,você,por mais triste que esteja,irá limpar as sandálias,tirar esse pó,dizer obrigado sem resmungar,e continuar a jornada,sem olhar para trás.Era assim que dizia Jesus a aqueles que fossem levar a Boa Nova por todo o lugar:Não se importar com tudo,apenas com o que é necessário.Por favor,não deixem de se importar com o necessário:O amor.
De um Porre.



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mundo Normal


Eu vim de uma quinta-feira chuvosa/Pela avenida/Pensei ter ouvido você falando suavemente./Eu liguei as luzes, a TV/E o rádio,/Ainda não consigo escapar de seu fantasma/O que está acontecendo com isso tudo?"Louco", alguns dizem.Onde está a vida que eu conhecia?Foi embora...Mas eu não vou chorar pelo ontem,/Há um mundo normal/De algum modo eu tenho de encontrar./E enquanto eu tento trilhar o meu caminho/Para este mundo normal,/Eu aprenderei a sobreviver./Paixão ou coincidência,/Certa vez induziu você a dizer:"O orgulho destruirá nós dois em pedaços"/Bem, agora o orgulho saiu pela janela,/Cruzou os telhados/Fugiu/Me deixou no vácuo do meu coração./O que está acontecendo comigo?/"Louco", alguns dizem./Onde está meu melhor amigo quando mais preciso de você?/Foi embora.../Mas eu não vou chorar pelo ontem,/Há um mundo normal/De algum modo eu tenho de encontrar./E enquanto eu tento trilhar o meu caminho/Para este mundo normal,/Eu aprenderei a sobreviver/Jornais ao lado da estrada/Contam sobre sofrimento e ganância,/Temido hoje, esquecido amanhã./Ooh, aqui, ao lado das notícias/De guerra santa e necessidade santa,/A nossa é apenas uma conversinha de mágoa.../E eu não vou chorar pelo ontem,/Há um mundo normal/De algum modo eu tenho de encontrar./E enquanto eu tento trilhar o meu caminho/Para este mundo normal/Eu aprenderei a sobreviver/Qualquer mundo/É o meu mundo, eu aprenderei a sobreviver/Nenhum mundo/É o meu mundo, eu aprenderei a sobreviver/Qualquer mundo/É o meu mundo/Todo mundo/É o meu mundo.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Natureza Morta (Ode ao sorriso que morreu em mim)

Aonde está o sorriso que morreu em mim.Aonde está você, flor de jasmin? Não sou sua memória,nem o consolo de seu corpo e o ouvido.Porém ao menos uma vez mais,onde está o sorriso?Ele se foi, faz um tempo que não passou, percebi pouco por estar tão absorto,em outro sonhos.
Quando vi as imagens todas elas gritando socorro,tentei estender palavras mas nenhuma, alcança se quer de perto, o teu negro ser.É lua nova,esconde a face, não há luar hoje a noite. Eu calo parado, os olhos estáticos:A essa noite,onde está você?
Tenho medo de prisões, tu bem sabes porquê.Me dói imensamente a imagem da grade,ante você.Pois me lembra,as correntes de Fenrir. As correntes que mal prendiam a fera que há em mim. De violência assassina, de dor rasgada, devorador demente.Sufocando as palavras, oprimindo as falas,o sentimento,todo dedicado ao Othelo dever.
Capitu,tu nunca foste de mim.Desdemôna que nunca amou a mim.Por favor não chora,não desce esse punhal rapaz. Esses pêlos que tanto repelem o próximo só querem ao menos, te abraças.Mas tenho presas afiadas, carrancas medonhas, sou o monstro, sou o demônio,a fera do ser. Em mim toda beleza morre,toda fúria transcorre, todo a mágoa é lembrada em um momento talvez.
Que lembranças deixarei a ti, não importa de forma alguma.Já esqueci.Na verdade minto, para não ter que gritar.O vázio que de alguma forma a tua falta me traz. Não ocuparei espaços de outros, os cômodos, os sótãos, e os quartos de hóspedes, que estão reservados a quando esse alguém chegar.Que brilhará como estrelas, ou será como o sol, a dar a luz que você tanto quer recuperar.Sou animal,e uivo,ladro,não tenho luz,só esse cinza e negro opacos,e o olhar despedaçado.Como poderia eu salvar da loucura alguém assim?Como posso eu imaginar que eu poderia algum dia te faz tão feliz?
Já é uma hora da madrugada, a sexta não tardará,e a noite a morrer.Os dias irão passar, e os 24 anos calar,mais uma vez com o peso,dos anos que ainda restarão a viver.Sempre distante,percorro passos meus que nos afastam de ti.Um dia você irá embora e eu...estarei aqui.Mas,para quem, quem irá querer voltar?Não há angra segura aqui,para essa tempestade,esse mar!
A nau muito tempo se foi,mas ainda espero um dia retornar.Tirar esse meu marasmo, o mar de sargaços,e quem sabe até minha alma namorar.Quanta ingenuidade esperar tanto de ti, quando bem eu o sei as dificuldades, abertas e o sangue jorrando em mim.Tanta ferida,tanta dor,tanto sal.A cicatriz fica ali amputada no coração despedaçado,mas teima em me lembrar:
Que um dia amei, que eu de amar, e ainda amo você.Ainda que esqueças,ainda que envelheças,ainda que entregues a outro aquilo que nunca me pertenceu.Ainda que todos os juízes, me julgam com seus anrizes e apontem seus ferozes dedos pra você.Ainda que autoritário sinta cíume de cada fonema não dedicado ao meu Iago desejo. Ainda que eu seja assombrado a vida toda pelos fantasmas hamletianos do meu dinamarquês passado. Ainda que eu despreze o sentimento com o Bentinho mesquinho do viver. Ainda que eu estenda meus braços te sufoco em abraços de garganta, te sufoque e te mate por dentro como Othelo querer.Eu amarei,eu amei,e amo sem mais nem porquê.
Só pela natureza morta, as lembranças de fora, tudo aquilo que me fez pensar em você. Mas,se você quando for partir e emborar,por favor,devolva o que me perteuceu ilusóriamente,a única coisa que sua boca ainda não se recusou a entregar espontaneamente a mim: O seu sorriso.Não precisa do abraçom,da lágrima,do beijo an boca, ou do olhar,do corpo.Não,só peço,imploro,devovla o sorriso, que ainda eu encontrava nas imagens de você.Me devolva loucura e solidão,a imagem espontãnea,do que ainda restou do amor em meu ser.
Me devolva soledade, sentimento de sozinho,o sorriso que em mim, morreu dentro de ti,meu amante passado amigo.

Diego Costa, o Lobo por Thaís Soledade


A Lua está distante, cheia de fases, oscilações, ora brilhante, ora obscura... Longe, longe e longe... Mas o lobo uiva. Pede socorro e a Lua não pode dar. Fala de amores, a Lua não lhe alcança. Derrama lágrimas, a Lua não a pode secar. 
O máximo que ela pode fazer é iluminá-lo com a sua luz, a luz que nem é dela, sobre ele, mas sem ser de forma preferencial, pois ela tem um mundo a iluminar.
Será de alguma utilidade?



Diego, no dia de hoje, pouco tenho a dizer. Talvez as forças não sejam muitas, talvez as palavras não caibam em ti. Ah, sei lá, cassete! Mas uma coisa eu sei: se precisar de um abraço, veja se manda uma porcaria de um sinal de fumaça. Se precisar falar, manda um e-mail, ou liga pra porcaria do meu celular (que por sinal, nem é mais aquele que vc tem...), ou manda sms. Se precisar de alguém para esfolar seu bolso (nos últimos tempos, fala a verdade, você ficou mais rico! Né não?), pode me chamar. Se você precisar de um tapa nas costas ou apenas que lhe chamem de "ridículo", pode encher meu saco.
Só sei de uma coisa: Parabéns pra tu e vai te lascar, só para não perder o costume. xD


Afeto imenso, viu?




E veja se comemora o dia com um sorriso igual a esse aí de cima, sua peste!
=D

Domingo,23 de outubro de 2011, meu aniversário.

Lobo Solitário, por Marco Caetano

(Imagem colocada por mim para ilustrar o texto originalmente escrito por Marco Caetano)
Ser um lobo solitário é geralmente o contrário do que a grande maioria das pessoas pensam.
Muitos acham que por serem sozinhos, se tratam de seres que estão sempre tristes e que se auto condenam a depressão. Isso varia de cada um, o que torna alguém assim pode ter várias razões, uma delas pode ser a própria opção por esse caminho ou um acúmulo de decepções durante a vida.

De fato, são pessoas que passam grande parte do tempo refletindo sobre vários assuntos, se empenham em adquirir conhecimento através da literatura e de bons filmes e músicas. Estar
neste estado de isolamento tem seus contrastes, as vezes fazendo bem, pois quando estamos
sozinhos temos uma capacidade maior para nos concentrarmos e nos expressarmos melhor.

Por outro lado, é evidente que em algumas horas o lobo precisa de uma matilha ou até mesmo
de alguém para ter seus laços amorosos. Deve existir um balanceamento entre ficar só e ficar
em grupo, porque estar sempre em sua própria companhia pode ser tão cortante e doloroso
que nos dá uma profunda tristeza e que conseqüentemente é uma das maiores causas das crises
existenciais.

Tentar estar sempre se melhorando é sem dúvida nenhuma, uma das características deste grupo
social. A busca incessante pelo que faz bem, pelos pequenos prazeres e ter apegos que possam
suprir algumas carências por alguns momentos também incluem uma discrição geral.

Pode ser que muitos pensem que eles não tem hábitos normais ou sejam do contra, mas eles
apenas enxergam o mundo de uma outra maneira, isto quando não vivem em seu próprio mundo
por não se adequarem perfeitamente a sociedade que vivemos. Logo, um lobo solitário é uma
pessoa comum, mas com princípios, conceitos, e um estilo de vida diferente do habitual.
 
Marco Caetano
 
Enviado por Marco Caetano em 28/10/2011
Código do texto: T3302270
 
Agradecimento a Thaís Soledade por ter me mostrado esse texto.