"- Sejam Bem Vindos, senhoras e senhores, a esse cabaret depravado!"
Codinome V, HQ V for Vendetta, Alan Moore, 1985.
" - Oh!Admirável Mundo Novo, que enceja criaturas tais..."
A Tempestade, William Shakespeare.
Eu vejo uma geração alcoolátra.Eu vejo ela se multiplicar,nos lodos das rede sociais, alegremente, rastejando se embrenhando, marcando encontros. Eles querem esquecer de si, se entorperSer. Serão os futuros adultos, professores, pais, mulheres, homens, políticos do amanhã.Cada vez mais novos, cada vez, mais ociosos.Triste, tão logo os sintomas do alcoolismo se dirimem e retornam a seus cotidianos mediócres e suspeitamente silenciosos, jamais falados,comentados ou sentidos nos lugares onde sempre vão ou convivem.
Eu sinto cheiro de um geração viciosa, prostituída. O seu cheiro é de amabilidades, de sociabilidades, mas o quanto são sociavéis? Na nuvem, todos somos universitários, adultos, maduros, sensuais, sexuais, poetas, exemplos de sucesso comunal, quando somos bem pequenos, demais para que nossos egos admitem de fato, o quanto somos infelizes por não corresponder há aquilo que tantos admiram e quereriam (que fingem acreditar) ser verdadeiro, e que muitas vezes não passa de um letreiro de aforismo retirados de algum obscuro luminar de um passado distinto celebrizado pelos "perfeitos" de plantão.São sensíveis esses moças e senhoras:Tal qual a bolha verde e nojenta da lama fétida que ao ser tocada,se desmancha em bactérias e pestilências no ar.
Eu escuto os sons de uma geração narcísica, hipócrita. Ela implora por amor, implora piedosamente:Por favor,dai-nos amor?Dai-nos amor?AMOR?Mas,que amor?São todos bons de alcova.São todos prestadores de favores ao culto de Sodoma e Gomorra.Porém, nunca estiveram de fato lá, nunca olharam para trás e terrificados viram seus valores serem petrificados em sal.Eles que escondem dos pais, das igrejas, dos amigos, das sociedade, seus lampejos de Sade.Eles que gritam BABILÔNIA!Irmãos,Babilônia!Serão os primeiros que ao arranjar conjugês e maridos, formarem famílias, votarem, trabalharem, e terem filhos, enfim, heteronormativos, passarão a condenar as gerações seguintes pelos excessos de sexualismo.Que eles mesmos aprenderam de seus pais,e que repassaram aos menores desatinos.
Eu sinto no paladar, o gosto de uma geração que se esforça em ser doce mas que não consegue esconder o quanto é amarga. Uma geração que se mata por qualquer coisa.Que se desespera por qualquer dor.Que não econtra saída.. Que exagera por qualquer ferida. Que jura pela manhã eternidade, a tarde finitude, a noite fim, a vígilia espera, ao amanhecer felicidades quiméricas. E no imenso muro das lamentações ao qual ajudamos a construir, as margens do rio Estíge repleto do sal e água dos prantos vázios, os amigos não são mais amigos, mas antidepressivos, os namorados apenas confidentes diários, as páginas de internet viram quartos de presidiários, os familiares estranhos que nos expulsam do (que) ninho (?) .Sentem falta de um tempo que idealizam,mas que na verdade é conservador e tudo, que sufoca tudo, que danifica tudo.Esse gosto azedo que não sai da boca,e que se nega a morrer até ser a essência de nosso Ser.
Eu sinto o toque, a aspereza da falta de tato, das faltas de gentileza e consideração pelos mais próximos, pelo cotidiano, pelo que nós pareciam ser valores válidos. Os desprezamos todos: Os amigos que dizem "eu te amo" um ao outro são viados, os homossexuais são celebrados como objetos de consumo não pelo que são de fato, a bissexualidade máscara de torpezas manipuladoras a liberdade sexual de dizer sim ou não pelo que queremos, a virgindade se torna ofensa e acusação/crime, a fidelidade um contrato de condôminio,o namoro uma piada (mal-sucedida) de Safo. Cantamos,"Liberdade,liberdade,abra as asas sobre nós!", e acertamos com um tiro de calibre.12 na primeira oportunidade o emissário do samba-enrredo campeão do passado ditatorial, em algum beco imundo e abandonado, entre ameaçadores arranha - céus qe levantam sua espessa sombras e ilhas de calos, da mesma forma com que atingem com seus metais contras as nuvens, os portões do céu negro sem lua nem estrelas.
Matamos Deus, e escondemos seu cadáver debaixo do assoalho da sala de jantar, e enquanto jantamos, e sentimos o cheiro pútrido da decomposição moral, louvemos graças ao pão nosso, que falta na boca do mendigo esfarrapado.
Não há consolo metafísico aos assassinos de Deus. Admirável seja, Oh! mundo novo que aqui triunfantemente nós todos vemos nascer, sobre os destroços ainda reluzentes do velho mundo, com todas as suas gerações espontâneas, dinâmicas, on lines, interativas, em tempo real, realitys shows, que vivem presentistas o esquecimento do passado e a insignificância do futuro Quão belas são essas criaturas somáticas, pneumáticas,sexualizadas que vós encejas...
Admirável seja, Oh!, Mundo Novo!
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