Não me escreverá. Sei bem disso. O tempo corre, bem sei, o sono é curto,as ansiedades grandes, os sonhos pequeninos.Não levará tantas lembranças consigo. As circunstâncias permitem pouco. O que levar, e o que esquecer, só a mala e o coração poderão dizer. Chorar será necessário,mas,as malas que vieram antes, trouxeram o tempo de fim de maio, para fazer sua janela chover. A menina queria ir embora,mas para onde ir, a sua escolha não pode ter.Para onde escrever, o que ainda se permite, é guardado a sete chaves de flores de bem querer.Fuxico paraibanos, de quem sabe escrever.
Primeiro será o sono:Ela agora sonha,melancólica, a saída.Ela não lerá isso,estará entretida em seus últimos momentos de partida. O mar da Boa Viagem ira esperá-la descoberta. Se as nuvens cinzas permitirem,ela se sentará em algum canto onde a brisa da chuva e a reia molhada permitam reflitir o seu ser.As luzes da cidade de quem nem imaginava sentir falta se mudaram para não mais aparecer.O homem que desesperadamente já não será mais tão presente.As amigas no qual escreverá suas memórias.O filme da Cosa Nostra,a Máfia.É pena que a última vez tenha sido de dor.
Ao mesmo tempo,não irá embora.O percurso de ônibus,mudando a linha,será mantido.O curso de letras ficará,também ficará aqueles casos mal resolvidos por amar.As saídas esporádicas para desopilar.A passagem,as sobrinhas que crescem cada vez mais lindas.O morro da conceição,com as promessas e dívidas.Os quatro cantos de Olinda. A cidade antiga.O mar.A lua tão grande e bonita.A novela cujas páginas não lerá.E aquela que da TV acompanha assídua.É e ainda assim,estará presente.Distante.Presente.E assim,seremos adultos,como todos deveremos ser.Tão pertos,e tão distantes do céu.
Essa coisa de escrever,não pretendemos nunca sermos bons.Elas,as coisas se escapam em dedos,canetas,canção.Viram letras.Poemas.No qual nenhum corpo que beije,fique,transe,terá direito,até o dia em que se permite adentrar a alma do lado mais negro da lua,aquele lado que as palavras não alcançarão,que os abraços levarão como verão, cujo o amor o gato comeu,e que as cizas se espalhou...e que tal como o passarim do qual Tom Jobim me diz: Por que que eu não fui feliz?Cadê meu amor,minha paixão?Que me maltrata o coração?Que me alegrava o coração?Que me alegrava o coração...
As músicas já foram guardadas.As leituras adiadas.O fundamental não será esquecido.O caderno será mantido.O porta-retratos...nem sei se tem contigo.É,assim,já não posso,não quero parar.A distãncia será difícil,se perderá algo que nem será possível dimenssionar.Mas,ainda que seja dessa forma.Ainda que doa e que devesse ser considerado crime as progenitoras enlouquecerem primeiro que as filhas.A morte não será mais um gosto que irá dizer.preferirás outro.
O abraço,da irmã,da alma.Da vida.Sei dizer coisas,que não sei mais.Meu corpo não me obedece,e paralisias se tornaram até frequentes.Copos derramados,brigas,reconciliações.Até quando?Talvez só até o tempo em que esse texto seja soterrado,e apagado,em alguma página obscura de um site,de um quarto,vazio,e sem você.
Entretanto,lá,mais do que cá, a lua é mais bonita.Brilha a luz mais forte, o céu é opressivamente mais limpo que os homens.De alguma forma,é preciso fazer valer,isso tudo terá que ser bom,e se não for.A gente faz um jeito amigo,de ser amor.
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