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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Wasabi

Wasabi.É um tempero típico da comida japonesa. Raíz Forte.Verde como esmeralda.Deixa fortes sensações aqueles que dele provam a primeira vez, e nos inexperientes, constrangimentos e risadas dos amigos, ao se deparar com as lágrimas provocadas por uma singela pasta verde. É gosto para poucos e bons, para aqueles que conseguem ter força para aguentar seu sentidos estimulados ao extremo.Suas pápilas gustativas ardem mais do que como pimenta.Muito mais: É como se a vida tivesse te cobrando todo o gosto que você abandonou da vida, de uma única vez.Como uma tempestade tsunami no mar.Que do Latim, significa mores, ou morte.
Carpas. Suas cores são normalmente pretas, brancas, amarelas, vermelhas e laranjas. Suar carne é tenra, por ser resistente a dor.Peixes "samurais". É como eles são conhecidos. É um peixe amado pela cultura oriental por ser um dos símbolos do Bushido,o estrito código de honra marcial japonês. Isso por causa da postura de "resignação" desse venerado animal ante a morte: Ao contrário de outros de sua espécie, esse membro ilustre dos pisces, invés de se debater quando cortado ao meio, ainda vivo, ele apenas fica quieto, como se já tivesse aceitado da vida a sentença do destino, como se todo o seu existir convergisse para aquele único momento em que uma lâmina de aço bem amolada, lhe arrancasse a alma com um único golpe.Como no Harakiri ou Seppuku, suicídio ritual dos antigos samurais.Porém, a dor do suicídio era forte demais, e normalmente os homens tinham que contar com o auxílio de um outro guerreiro, para semi-cortar sua cabeça.Era uma lição permanente da natureza sobre como lidar com a dor.E uma mostra de como os peixes conseguiam ser mais homens e dignos, que os dignos homens que queriam ser peixes...

Flores de Cerejeira. Outro símbolo da cultura japonesa. Antes do inverno, as flores de cerejeira dão sua mais bela florada, liberando lindos tons que vão do branco ao rosa.Antes de morrem,tingem o mundo de branco e rosa.Branco, a cor do cásulo de bicho da seda.A cor da morte no Oriente.Rosa, uma cor associado a feminilidade, a sensibilidade ao lado mais suave da existência.Uma combinação de contrastes, de cores, para mostrar com a vida e a morte são mais múltiplas do que se supõem, os nossos olhos 3D multicoloridos, que insistimos em vê-los com tons de cinza, preto e branco.
Ya Ku Za. Máfia Japonesa. Uma tradicional instituição criminosa, que remonta ao período feudal do Japão.O termo ser refere a 3 números que sempre saiam em dados viciados: 3-5-6. Ya-Ku-Za. Os números do vício. Os números da morte.
Beleza e morte.Branco, rosa e números.Sorte e Azar. A poesias das formas e das vidas, em formas tão distintas. Que dificilmente,seriam entendidas por você ou por mim....

Gueixas. Cortesãs, mulheres perfeitas. Inteligentes, exímias dançarinas, artistas.Muito mais que a celébre imagem das prostitutas chiques, bibêlos de luxo.Intensas, sedutoras, fragéis. Mulheres como poucas, que não existem mais.Modelos de opressão de uma sociedade capitalista que ama suas tradições.Belas e tristes como rouxinóis...
Samurais. Guerreiros de honra. Guerreiros que vivem e morrem pela honra. Que impuseram a honra como valor. E dominam a imagética de tantos descendentes.Com a força.Coma beleza.Com o machismo. Com a pureza.Com a honra.Com a morte.

O Lobo Solitário, Itto Ogami era um deles,antes de ser ronnin, um renegado a seguir o caminho do Meifumado, o caminho do inferno...
Zen Budismo e Xintoísmo ancestrais em sintonia com a cultura e a vida de tantas almas humanas escravas de quereres tão antigos e estranhos de nossos olhos Ocidente, mais comuns ao povo do Leste de nossos sonhos mais delirantes.
 O sol nascente se tinge de vermelho quando se põe.Um vermelho intenso, como fios de cabelo de cearenses nascidas em Holanda.Como rosas colobianas ou Kalizas.Vermelho como o sangue,a tinta mais viva do ferro, presente tanto no Mar Vermelho como nas Montanhas Rochosas dos Estados Unidos. A cor da vida, do seu mais intenso brilho e cor.Me lembro dessa cor:É a cor de meus olhos quando chove ou eu choro, a cor oficial do time "Visão Vermelha", foi a cor que aquela menina me viu em uma oca vermelhada UECE,e foi a cor que eu vi o sol morrendo devargazinho sobre os cabelos dela,enquanto eu cantava frevos canção da minha terra...


"Oh saudade! Saudade, tão grande..."


Nem sei se ela se lembra desse trecho mal cantado, no entanto, me lembro.E assim, o vermelho virou um tom há mais no meu ser: Mais do que cor de sexo, cor de amor,de saudade.Saudade assim tão grande,como vontade abraçar melissa.Como vontade de gritar eu te amo com todas as flores.Como tapas nas costas.Bebidas,coca-colas,pippos,Laka.Presilhas de fuxico em formatos de flores,em sacolas brancas com bolinhas pretas.Cocadas de doce de leite.Cidades inteiras.Praias em Veneza.Florença.Gênova.Roma.Pisa.E todas as musas gregas.

Sereníssima.Cidade Eterna.Cidade Luz.Cidade que não dorme.Grande Métropole.Megalopóles como Tóquio.Capital de shoguns como Edo.Pena capital, como enforcamento.São as cores, as pessoas, os momentos, os mundos.Verdes com tons fortes de Wasabi, com gostos mais fortes que a pimenta, que experimentam os homens e suas forças no difícil trabalho diário do existir e ser.Multicoloridas carpas, com seus tons de branco, preto e laranja. Seres que a vida corta ao meio com uma ferocidade de aço Katana, e que ainda assim, não ousam reclamar, suportam caladas a dor que percorre seus corpos, e conseguem deixar o sabor de suas carnes tão tenras.Mais dignas que homens tão honradas como peixes.Tons de rosa e branco como cerejeiras, que levam a doçura e a sensibilidade femininas na mais forte das cores, a do qual se deriva todas: O Branco.
Doces de feijão.Saquê.Artes Marciais. Haikus (Haikais).Samurais, Gueixas, Ya-Ku-Za.Símbolos de resginação, de honra, de morte.Sem honra como ninjas e a vergonha. Duais como asas de mariposas.Cegas atraídas pela luz, batem em lâmpadas, lamparinas e lanternas.Que quando são vermelhas são prostíbulos, casas de chá e ópio.Brilhantes como vagalumes, que brilham na terra, como as estrelas.E a lua,que cheia a tudo nos observa.
A soma de todas as cores, matizadas no prisma, é o negro. O negro que sou eu.Eu que sou o negro. Penso ser essa cor, por reunir esses tons de Wasabis, Carpas, Flores de Cerejeiras e Sóis Nascentes. Meu gosto é forte, minhas dores não são sentidas como carpas, tenho a leveza das flores, e o vermelho dos olhos do sol.São minhas experiências que me deram esses tons.Foi a minha vida que me deu essas coisas.Foram as pessoas que me deram esse presente. Foi minha existência que se tornou demasiada humana.
Soa inorportuno escrever tanto, e de tanto escrever sinto que se cansa algumas coisas, algumas pessoas de mim. Devo falar muitas bobagens, ao ponto de algumas delas não mais comigo quererem falar.Direito,talvez tortamente.Estaria eu, apático? Um cansaço que talvez só a saudade distante de coisas que se viveu explica. E todas as dores causadas por minhas tintas.A pessoas que se sentem bem, outras que se sentem mal. Muitas que não entendem as cores.Que eu firo com punhais, que se metralham em mágoas.Vendidas como sinceridades.Penso em cada detalhe, não esqueço cada palavra.
Por todas essas coisas, minha vida se deriva do branco, se transforma em negra.E é verde, como o Wasabi.

Itto Ogami e Daigoro, pai e filho,"Lobo Solitário e Filhote",mangá "Lobo Solitário",de Kazuo Kooike,inspiração para esse blog...

Um "Lobo Solitário"...

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