Militares pedem censura à novela Amor e Revolução do SBT
Uma associação de militares reformados está pedindo censura à novela do SBT “Amor e Revolução”, que retrata a repressão a militantes de esquerda durante o período da ditadura (1964-1985), com direito a cenas de tortura. A trama teria lhes dado saudades do tempo em que o entretenimento e as artes sofriam controle do estado.
Em abaixo-assinado na internet, a Abmigaer (Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica) solicita ao Ministério Público que se cumpra a Lei da Anistia, que não instituiu qualquer tipo de cerceamento a informações sobre o período. Escrito em letras maiúsculas e repleto de erro de português, o manifesto exige censura à novela e acusa o governo de oferecer ajuda ao Banco Panamericano, que pertence ao Grupo Sílvio santos, numa conspiração para colocar a novela no ar.
“É óbvio que o governo federal, através da Comissão da Verdade, recém-criada, está participando do acordo em exibir a novela”, diz o texto, que, em duas semanas só arrecadou 755 assinaturas solidárias.
José Luiz Dalla Vecchia, que é o 1º secretário da associação, alega que as Forças Armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que a novela seja exibida. Ele ressalta que os militares já se manifestaram negativamente sobre a trama.
“Qual a finalidade da novela? Será que veio para reviver essa questão? Todos os que participaram dessa época já estão mortos. Nós, os militares atuais, não temos nada a ver com isso. Não é justo que esse assunto venha à tona e prejudique os que estão na ativa”, ele protestou em entrevista ao site do jornal O Globo.
A presidente do grupo “Tortura Nunca Mais”, Cecília Coimbra, aproveitou para rebater. “Seria cômico se a história não fosse trágica. As pessoas se esqueceram que estamos em 2011 e que a censura ficou para trás”, comentou.
O autor da novela, Tiago Santiago, também se manifestou, lembrando que a tentativa de censura é inconstitucional e interessa apenas a “torturadores e assassinos” do regime.
Já a assessoria do SBT afirma que não vai comentar o assunto.
Bônus: Crítica "I-M-P-A-R-C-I-A-L",do site do jornal O GLOBO,das Organizações GLOBO
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