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sábado, 9 de outubro de 2010
Meu epílogo: Praias distantes...
Da terra, contemplo praias distantes.Sempre em movimento, seja por causa da rotação terrestre, da translação das orbes do sistema solar ou pela velocidade com que o ônibus que eu sempre pego para ir a faculdade, o legendário (piada interna da UFPE) Candeias/ Dois irmãos (CDU), passa rapidamente pela orla marítima da avenida Boa Viagem, retornando para o bairro de Porta Larga, indo em direção ao Aeroporto Internacional dos Guararapes/Miguel Arraes/Gilberto Freyre indo para os ainda mais distantes bairros de Imbiribeira, Ipsep, avenida Recife e Várzea, e assim,ao interior do continente latino-americano e pernambucano, assim como num rabo de foguete ou de cometa. Me abandonando a vista marítima, sinto por breves instantes a brisa do mar, e a saudade do sal.
Nesses momentos, sinto saudades do mar. Sua visão fugidia, rasgante e abrupta invade meu ser, e me faz vislumbrar a praia. O Mar me invade após uma rápida curva, e com ele o Sol. O Sol que tanto teimo em me esconder por causa da minha alergia produtora de suores urticantes.Por me lembrar Soledade. Solidão.Luz.Não consigo ignorar, por mais que eu tente, essa visão: areias amarelo-brancas, coqueiros ao vento, pessoas na calçada com seus animais (sejam de propriedades privada ou comunistas vira-latas), humanos nas águas e na terra, deuses e sereias, pescadores, o Atlântico azul escuro, os navios cargueiros ao fundo, as nuvens, o azul do Céu e o verde-azulado dos olhos do Mar. A linha que divide horizontalmente,o meu horizonte.
E por outra curva, toda essa paisagem se evanesce e sai. Engraçado, moro perto de tudo isso,mas, não sinto a mínima vontade de ir lá pessoalmente: As praias perto da minha casa são manchas de óleo de barco, com poças salgadas protegidas por pedras humanamente colocadas para compensar humanos erros de administrações municipais fracassadas (e a desculpa da vez: O aquecimento das águas!),a pedido de insistentes protestos de moradores dos bacanas castelos verticais (que não são tão bacanas ao criar a famosa inversão térmica metropolitana, ou mormaço,típicos do asfalto de Boa Viagem, no Recife,e praias de Jaboatão dos Guararapes, meu município). Aonde pessoas de espécies as mais variasdas, e de dsittintas castas sociais, da aristocracia passando aos burgueses e proletários, e lúpem proletários de bairros periféricos e muniípios afastados, lotadores de conduções clandestinas, poluidoras e caídas persistem em reproduzir diariamente a simulação do vazamento do petroleiro Exxon-Valdez, no distante Alaska de 1989 ou o recentíssimo vazamento do Golfo do México, e tantos outros esquecidos pelos fiéis votantes dizimista da igreja ambientalistas pró-marinistas do Partido Verde dos última dias, oferecendo-se como oferenda a Iemanjá seus corpos besuntados de todo tipo de óleo (de cozinhas caseiras ao de fármacia capitais,vendidos com os rótulos variados de "bloqueadores solares", "bronzeadores","protetores solares", "loções" e outros sempre com o adjetivo cósmico acompanhando nas variantes singulares e plurais:Solar ou solares), seus sabores de farofa de rosca e areia oleosos, e sargaços marítimos impregnados com areia em suas vergonhas descaradas,de calções e calcinhas mijadas, menstruadas (e até cagadas!). E haja oferenda recusada a ficar na praia! Olha ali a distinta mãe ensinando a seu lindissímo pimpolho de pouco menos de cinco anos a mijar no mar! Os pequenos "aborrescentes" burgueses de classe média matando aula de colégios particulares, fumando seus baseados e lícitos /ilícitos,cigarros e álcoois, enquanto beijam e transam com suas coleguinhas e futuras mãezinhas solteiras, com seus amabilíssimos genitores fingindo não ver, ocupados na lide capitalista diária!Os pais semi-ausentes pagando de boçais a seus amigos idiotas de barzinho, a comer seus frutos do mar e peixes de qualidade e níveis de metais pesados variados, bebendo horrores para depois dirigir e pagar a cervejinha do guarda (e provocar "inesperados" acidentes de carro,moto,caminhão...), tudo para esquecer e relaxar!Obesas baleias cachalotes e jubartes a se prostituirem para caminhoneiros ao lado de menores magricelas mal saídas da virgindade perdida em seus colégios públicos marginais ou com seus pater familiares!Os pequenos rebentos da miséria surfando em isopores, brincando de ser filé de tubarão!Afogados previsíveis com salva-vidas invisivéis,e assassinados e mutilados pelos tubarões!Assaltos!Águas-Vivas e toletes vivos!Cocotinhas gostosinhas pensando desfilar em Ipanema, Copacabana , Leblon ou Porto de Galinhas! E claro seus dois animais de estimação: os cães e seus malhados mauricinhos de nassau, de faculdades caramente particulares ou de academias ou colégios privados,de cursos renomados ou cursinhos, fina flor dos herdeiros deste país donatarial,ambos a cagarem na calçada cada um a sua forma.O sal a nos oferecer com a areia o nojo semanal da maresia. E a lista não daria toda nesse blog,e só diz respeito apenas ao microcosmo da praia perto a menos de 100 metros da minha casa!
Quem mora em litoral sabe: Quase sempre a praia do vizinho é melhor que a sua, há não ser que você tenha pago caro para ter uma casa de praia em algum paráiso destinado a morrer pelo caos urbano.E haja peregrinos as mecas das praias badaladas!:Porto de Galinhas, Gaibu, Itamaráca, Maracaipe,Maria Farinha... toda a nossa pequena orla pernambucana e a extensa orla nordestina para os resorts e saídas de fim de semana e férias!Legal né?Também faço isso quando sou convidado ( e minha popularidade atual,bem...).
É o inferno?Talvez, não,digo que é o purgatório, antes de Teresina (MOTIVOS MAIS QUE ÓBVIOS!) ou Salvador,na Bahia (BAHIANOS¬¬¬!).E SEM A KALIZA/KAKAH-DIABA PRA FAZER COMPANHIA (até ela foge pras montanhas,o que é comum aqui também:o inferno serrano de Garanhuns,Gravatá e etc¬¬¬)!.Pense na bronca do tamanho de um trem!
Bem,tirando minha chatisse habitual, eu gosto de ver o mar.Me sinto em paz, e coloco a mente cativa pra se libertar ao contato da maresia.Como é um momento curto e raro, aproveito os parcos segundos para fechar os olhos e viajar.Será que no outro lado do Atlântico alguém faz isso?Será que alguém na África ou Europa olha para o oeste do globo tentando nos enxergar, sem Google Earth ou GPS, os humanos sentimentos que abandono ao mar, aqui na terra?
Penso em praias distantes...penso em ver uma pessoa caminhando muito longe, seus pés amassndo a areia,deixando pegadas a serem apagadas pelas águas, e eu a tentar acompanhar,mas sempre para trás.Durante bom tempo, foi assim:Ela distante de si mesma,caminhando só, acompanhada apenas do vento e da música,e eu admirando a miragem no horizonte tentando tocar.Por vezes conseguia,mas,os dedos ressecados do sal, tornavam meu toque aspero,duro,arredio...e ela se afastava.E se afastou várias vezes...até ir embora de vez.
Da praia,eu,tal como ela, imagino praias distantes.Será que lá, em outras temperaturas e águas mais frias está meu amor?Meu eu?Será que algum dia cruzarei meus cmainhos na areias e pegadas que ela deixar?Devo Navegar?Navegar é preciso,viver não é preciso. De praias distantes contemplo o meu Oceano integral, esperando quem sabe ver no horizonte, olhos que fitem meu mar.
Diego Costa
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