O texto a seguir conta uma história de uma mulher que como as mulheres que escrevo mais adiante, muito amou seus ideais,e morreu por eles. Ela é minha inspiração para o texto que escrevo,a "virgem de Órleans",Santa Joana D'arc...
Santa Joana d'Arc (Saint Jeanne d'Arc: Domrémy-La-Pucelle, 6 de janeiro de 1412 - Rouen, 30 de maio de 1431)
Oração a Santa Joana d'Arc
Ó Santa Joana D’Arc, vós que, cumprindo a vontade de Deus, de espada em punho, vos lançastes à luta, por Deus e pela Pátria, ajudai-me a perceber, no meu íntimo, as inspirações de Deus. Com o auxílio da vossa espada, fazei recuar os meus inimigos que atentam contra a minha fé e contra as pessoas mais pobres e desvalidas que habitam nossa Pátria.
Santa Joana D’Arc, ajudai-me a vencer as dificuldades no lar, no emprego, no estudo e na vida diária. Ó Santa Joana D’Arc atenda ao meu pedido (pedido). E que nada me obrigue a recuar, quando estou com a razão e a verdade, nem opressões, nem ameaças, nem processos, nem mesmo a fogueira.
Santa Joana D’Arc, iluminai-me, guiai-me, fortalecei-me, defendei-me. Amém.
Fonte da oração: site católico português Canção Nova .
Esse trecho do texto foi colocado para entender o caminho que ela percorreu até ser chamada de "Santa",pela Igreja Católica, como ela foi vilipendiada e "queimada" ainda por muitos anos pelos maiores luminares da inteligência humana (entre eles,os meus amados William Shakespeare e Voltaire), todos masculinos, e agradar aos interesses dos homens...Tirado do Wikipédia.
Santa Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc) (Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro 1412 — Ruão, 30 de maio 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée e é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses.
Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva.
Segundo a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias de Ernest Gellner. Irène Kuhn escreveu: Foi apenas no século XIX que a França redescobriu esta personagem trágica.
François Villon, nascido em 1431, no ano de sua morte, evoca sua lembrança na bela Ballade des Dames du temps jadis ou seja, Balada das damas do tempo passado -
- Et Jeanne, la bonne Lorraine
- Qu'Anglais brûlèrent à Rouen;
- Où sont-ils, où, Vierge souvraine?
- Mais où sont les neiges d'antan?
Antes aos fatos relacionados, Shakespeare trataou-a como uma bruxa; Voltaire escreveu um poema satírico, ou pseudo-ensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado «La Pucelle d´Orléans» ou «A Donzela de Orléans»
Depois da Revolução Francesa, o partido monárquico reavivou a lembrança da boa lorena, que jamais desistiu do retorno do rei.
Joana foi recuperada pelos profetas da «França eterna», em primeiro lugar o grande historiador romântico Jules Michelet. Com o romantismo, o alemão Schiller fez dela a heroína da sua peça de teatro "Die Jungfrau von Orléans", publicada em 1801.
Em 1870, quando a França foi derrotada pela Alemanha - que ocupou a Alsácia e a Lorena - "Jeanne, a pequena pastora de Domrémy, um pouco ingênua, tornou-se a heroína do sentimento nacional". Republicanos e nacionalistas exaltaram aquela que deu sua vida pela pátria.
Durante a primeira fase da Terceira República, no entanto, o culto a Joana d'Arc esteve associado à direita monarquista, da qual era um dos símbolos, como o rei Henrique IV, sendo mal vista pelos republicanos.
A Igreja Católica francesa propôs ao Papa Pio X sua beatificação, realizada em 1909, num período dominado pela exaltação da nação e ao ódio ao estrangeiro, principalmente Inglaterra e Alemanha.
O gesto do Papa inspirou-se no desejo de fazer a Igreja de França entrar em mais perfeito acordo com os dirigentes anticlericais da III República, mas só com a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, Joana deixa de ser uma heroína da Direita. Segundo Irène Kuhn, a partir daí os "postais patrióticos" mostram Jeanne à cabeça dos exércitos e monumentos seus aparecem como cogumelos por toda a França. O Parlamento francês estabelece uma festa nacional em sua honra no 2º domingo de maio.
Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira de França. Joana d´Arc permanece como testemunha de milagres que pode realizar uma pessoa, ainda que animada apenas pela energia de suas convicções, mesmo adolescente, pastora e analfabeta, de modo que seu exemplo guarda um valor universal.
Para começar é necessário que se entenda as condições em que encontrava a França no ano de 1412.
O Rei Eduardo III, da Inglaterra, querendo tomar posse das terras, do comércio e da coroa francesa, declara guerra aos franceses e inicia a Guerra dos Cem Anos no ano de 1337 que durou até 1453 (116 anos). A Guerra se dividia entre períodos violentos e tratados de paz, de modo que a França estava cercada e dividida pelos inimigos e seu exército em frangalhos, até que em maio de 1420 foi assinado o Tratado de Troyes em que ficou acertado que Henrique V da Inglaterra assumiria o título de regente e herdeiro da França, se casaria com Catarina de Valois que era a filha do Rei francês Carlos VI e que os filhos desta união reinariam sobre a França e sobre a Inglaterra. O Tratado excluía de toda e qualquer herança Carlos VII – conhecido como o Delfim - que era filho de Carlos VI com Isabel da Baviera. Foi Isabel da Baviera quem articulou com o Rei da Inglaterra o Tratado de Troyes, pois o Rei da França havia enlouquecido. Isabel da Baviera era adúltera e há quem diga que o Delfim não era filho do Rei da França, mas sim de um dos amantes de Isabel.
No mês de junho de 1420 casaram-se Henrique V da Inglaterra e Catarina de Valois da França, mas ocorreu que em agosto de 1422 morreu Henrique V e em outubro do mesmo ano morreu Carlos VI, o pai do Delfim. A França tinha dois Reis, um era uma criança de menos de dois anos de idade, o outro um jovem de dezessete anos, fraco, sem autoridade nenhuma, covarde e ignorado até pela própria mãe. A França era nesta ocasião um reino dilacerado pelas guerras interna e externa, as pessoas passavam fome, frio, não eram sepultados os soldados que morriam em batalha e quem não morria pela guerra morria de fome ou de frio. Durante a guerra os ingleses se aliaram com os borgonheses contra os franceses, para diminuir os custos de guerra e o número de mortes do lado inglês.
Joana d’Arc nasceu em 06 de janeiro de 1412, de uma família muito católica, seu pais eram Jacques d’Arc e Isabel Romée d’Arc, seu irmãos eram Jacques de 6 anos, Pierre de 4 anos, Jean de 3 anos e três anos depois do nascimento de Joana nasceria Catarina. Toda a família freqüentava a paróquia do vilarejo de Domrémy, onde nasceu a pequena Joana. A menina cresce vendo de perto a injustiça imposta pelos ingleses ao seu país e se acostuma, assim como os outros, a pedir que Deus livre a França dos exploradores da Inglaterra. Joana tinha uma devoção que não é comum para alguém de tão pouca idade, ia à igreja todo o dia, confessava os pecados e tinha absoluta certeza da intercessão dos santos.
O tempo passou, mas pouco ou nada mudou para melhor na França, nossa santinha já está com treze anos e num dia como qualquer outro, fazendo o que sempre fazia vê descer do céu uma luz que não era a do sol, pois era mais forte que a do sol. Joana não conseguia ver ninguém, tal era à força da luz que se aproximou de Joana, derepente ouve uma voz: “Eu venho de Deus para te ajudar a ter bom comportamento. Sê boa, Joana, e Deus te ajudará”. Joana não entende a visão, não sabia quem lhe falara e o por quê, mas não conseguia parar de pensar na voz. Até que passado dois dias a mesma luz lhe aparece e ela reconhece no meio da luz a pessoa do Arcanjo São Miguel que lhe diz: “Joana sê boa e Deus lhe ajudará. Santa Catarina e Santa Margarida virão a ti, Joana. Segue os conselhos que elas te derem, pois as Santas te dirão o que tens a fazer. Deves acreditar em tudo o que disserem. Todas estas coisas se fazem por ordem de Nosso Senhor”.
Tal qual o Arcanjo disse aconteceu, eis que Joana viu, vinda do céu, uma luz na qual estavam as Santas Catarina e Margarida aconselhando Joana a não deixar de ir à igreja e a obedecer todos os mandamentos do Senhor. Joana não via nenhuma ligação das vozes com a libertação da França, embora já não tremesse de medo ao ver as Santa Catarina e Santa Margarida. Até que em uma visão, Joana ouve das Santas a seguinte frase: “Filha de Deus, é preciso que deixes a tua aldeia e vás para onde se encontra o Rei da França”. Joana argumenta que é jovem demais e que não sabe falar e muito menos pegar em armas. Inútil. As Santas insistem e pedem coragem a Joana e dizem que não lhe faltará o socorro de Deus. Passados mais de anos da primeira aparição do Arcanjo Joana ainda hesita em partir para Vaucouleurs, pois nesta cidade morava o Capitão Baudricourt. Joana enfim ganha coragem e parte em direção a Vaucouleurs e relata para O Capitão Roberto de Baudricourt o que estava disposta a fazer por mandato das vozes. O Capitão riu e ironizou Joana por duas vezes, mas Joana com maior humildade e firmeza insiste ainda uma vez dizendo-lhe que sua missão seria levar o Delfim até a grandiosa Catedral de Reims para ser sagrado e coroado Rei da França. Até que Baudricourt enviou uma carta a Carlos VII – o Delfim – e recebeu como resposta à ordem de enviar a menina de 17 anos para Chinon, onde vivia.
É interessante dizer que na época de sua partida Joana tinha uma certa fama junto ao povo de Domrémy e de Vaucouleurs. Por fim, em 23 de fevereiro de 1429, partem, Joana d’Arc e mais seis homens consigo quase desarmados, por um caminho longo e irregular e repleto de assaltantes. Joana chega a Chinon e de início já é testada, o Rei desce de seu trono, põe um outro em seu lugar e mistura-se aos membros da coorte. Joana, como que guiada pelo Arcanjo, ao ver o senhor que ocupa o trono, não esboça reação e começa a passear os olhos pelo salão real procurando por Carlos de Valois. A moça se aproxima de um homem vestido sem pompa, se ajoelha e diz: “Deus vos dê uma longa vida, gentil Delfim”, todos no lugar se espantam.
Joana explica ao Delfim suas visões e como seria a vontade de Deus que o Delfim fosse sagrado e coroado na Catedral de Reims e que os ingleses fossem expulsos da França. Corria pela França uma profecia de que a França que havia sido arruinada por uma devassa (Isabel da Baviera) seria salva por uma Virgem. Joana pede ao Rei que lhe entregue um destacamento de soldados para recuperar a cidade de Orléans que fora invadida pelos ingleses. O Rei atende ao pedido de Joana e depois de uma batalha sangrenta e difícil o exército comandado pela Virgem Joana vence e expulsa os ingleses de Orléans. Durante a batalha Joana obrigava os soldados a confessarem os pecados ao padre que acompanhava o batalhão.
Mesmo com as vitórias de Orléans, Beaugency, Jargeau, Meung e Patay, o reconhecimento do Rei, da coorte e principalmente do povo, Joana nunca perdeu o foco e deixou claro ao Rei que o objetivo principal de sua missão era a coroação de Carlos VII como Rei da França na Catedral de Reims e a soberania nacional francesa. Ocorreram ainda outras vitórias, outras visões das Santas e do Arcanjo Miguel e mais sangue dos dois lados.
Até que em 17 de julho de 1429, na Catedral da Arquidiocese de Reims, Carlos VII, filho de Carlos VI e de Isabel da Baviera, recebe do Arcebispo de Reims a unção real e é coroado Rei de França, Joana quase não se contém de tanta alegria.
Sucederam-se ainda outras batalhas, Paris ainda não estava sob o comando das tropas do Delfim e a cidade de Compiègne está ameaçada de invasão pelos ingleses e pelos borgonheses. Joana saiu com suas tropas para defender a cidade de Compiègne e foi presa e levada para Filipe que era Duque da Borgonha, pois Joana foi presa por soldados borgonheses era o ano de 1430.
Surge na história de Joana d’Arc a pessoa de Dom Pierre Cauchon, bispo da diocese de Beauvis que no verão de 1429 fora obrigado a fugir às pressas quando se aproximaram as forças de Carlos VII comandadas pela Donzela de Orléans, não pode esquecer os incômodos e sustos daquela corrida desastrosa em que tivera que deixar para trás a quietude de seu Palácio Episcopal. Havia muito tempo Pierre Cauchon tinha relações com os ingleses, aos quais prestava serviços remunerados, na maioria das vezes para o Duque de Bedford. Mas o que Dom Pierre Cauchon queria mesmo era ser Arcebispo de Rouen e por causa deste objetivo fazia aliança com os poderosos da Inglaterra, já que a cidade de Rouen estava sob comando Inglês.
Como Joana já tivesse tentado fugir anteriormente e para evitar que cometesse suicídio mandaram-na para o castelo de João de Luxemburgo. O Duque de Bedford fez uma proposta a João de Luxemburgo de 20 mil libras em resgate por Joana d’Arc e por outro lado Pierre Cauchon diz que Joana só pode ser julgada por um tribunal eclesiástico, pois cometeu crimes de heresia e de bruxaria, ambos queriam levar a Santa para ser julgada em Rouen.
João de Luxemburgo não pensou duas vezes e aceitou as 20 mil libras do Duque de Bedford. Joana foi levada para Rouen e instaurou-se um Tribunal do Santo Ofício para apurar se Joana d’Arc tinha ou não culpa dos crimes contra a fé católica de heresia, idolatria e bruxaria, caso fosse culpada a pena seria a morte na fogueira.
O restante já conhecemos, tortura psicológica, falsos testemunhos, direito de defesa deturpado, ódio por parte de quem a julgava (Dom Pierre), vários exames para constatar a virgindade, espalhando entre o povo que Joana não era virgem, local péssimo para dormir, guardas querendo estupra-la, alfaiates querendo ver Joana desnuda com pretexto de tirar medidas para fazer roupas de mulher, questionamento repetitivo e o mais terrível de todos que era a ingratidão do Delfim, que não demonstrou o menor esforço na intenção de libertar Joana.
Joana d’Arc morreu, aos 19 anos de idade, queimada na fogueira, condenada e assassinada por um Bispo Católico, no dia 30 de maio de 1431 na cidade de Rouen, norte da França. Morreu amando a Igreja Católica, que é SANTA, apesar de ter filhos pecadores. Certa vez um dos jurados perguntou à Joana: “Tens certeza que estás na graça de Deus?” A Santa respondeu com tranqüilidade: “Se não estou, que Deus me admita nela. Se estiver, que Deus assim me conserve”. Enquanto as chamas lhe comiam a carne Joana implorou para que trouxessem para perto de si um crucifixo e quando viu diante dela o maior exemplo de amor que já existiu, Joana lembrou-se então da promessa feita pelo Arcanjo Miguel de que Deus lhe ajudaria nas suas necessidades e quanto mais subiam as chamas mais forte Joana gritava o nome de Nosso Senhor. O coração de Santa Joana d’Arc, por milagre, não foi consumido pelas chamas, permaneceu intacto e foi lançado nas águas do Rio Sena que corta a cidade...
...E assim foi que seu coração,mesmo desprezado pelos homens, sobreviveu incólume as chamas,e ganhou as águas do Rio Sena, que corta a França,e o mundo.É essa a história que eu irei contar a vocês hoje em meu blog: A história de mulheres que mesmo que sejam destruídas por dentro, tem um sentimento tão forte em seus corações, que as chamas não podem alcançá-los ,tal como o "cisne da verdade", do teólogo alemão John Huss (queimado na fogueira também como hérege).Mulheres que mesmo chamadas de bruxas,de heréges,de putas, de tantas coisas...se mantém intégras e inteiras.Essa é a história de minhas Joanas d'Arc...