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sábado, 27 de novembro de 2010

Vanessa (Segunda Ode a minha madrinha bahiana,Primeira Ode a Bahia)

...E DE LÁ MANDA O AUTOR DESSE BLOG DIZER!: E Que esse texto desça nessas rodas de samba,capoeira e terreiros, com as cores da bandeira da minha mãe BAHIA!


É essa a beleza dessa gente,e dessas mulheres bahianas (vanessa e renata) que sempre serão idolatradas e amadas...

Bahia, Bahia, Bahia que não me sai do pensamento...
Dorival Caymi


Ela é de São Salvador,Ela é de São Salvador,baquererê,baquererô...
Araquetu

O resto é mar, é tudo que eu não sei contar...São coisas lindas que eu tenho pra te dar...vêm de mansinho a brisa e me diz,que é impossível ser feliz sozinho...
Wave (com a voz de Gal Costa), João Gilberto e Tom Jobin.

Quem não rezou a novena de Dona Canô...Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô...Quem nao è reconcavo nem pode ser reconvexo!
Reconvexo , Maria Bethânia.


Você,sua identidade,sua música,seu poema te entrega a identidade negra,minha primeira Joana d'Arc, pos você é...

Eu sou a chuva que lança a areia no Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra...

...E é negra,morena,como canela e cravo da Índia.Temperos doces que mexem com angus e papas, sabores e gentes, pessoas e fábulas. Teus beijos são Beijus.Tem sangue vermelho e escuro como óleo de dendê, que frita e tempera o acarajé, e o sorriso branco como leite de coco, que se derrama, nas muquecas de peixe e camarão.Seu pensamento é pimenta malagueta, arde de tão gostoso de ser contraditório,reconvexo e desconexo,  assusta a quem não te conhece a primeira  vez, o seu sabor de morena, de jeito negra de ser. E ela ri tão gostoso de tudo isso como se fosse gozo de prazer! Seria esse teus pensamentos ou é o seu sexo de flor? Teu sentimento é como essas igrejas caladas, mas cujos sinos tocam a cada dia santo do ano,todos os 365 dias do calendário gregoriano-bahiano, mais o ano bissex(ual)t(ext)o.Teu amor é como esses santos sincréticos de povo negro, tão misteriosos quanto seus segredos.E eu que sou de fora para te entender, ser estrangeiro, terreiro fértil de minha imaginação.Teu coração se derramou nessa praia de Rio Vermelho,e mesmo longe do tempo, um dia ele já foi teu carnaval (mas, meu regionalismo e bairrismo mandam dizer, que melhor que o de Olinda e Recife,o de Salvador não é!E nunca será,só porque você quer!).Que como diria o Los Hermanos, todo ele tem seu fim.E que em fevereiro sempre volta,volta,volta... com essa monotonia de roda vida de sabores sentimentais tão típicas dessa folia.De Momos, Pierrots,Arlequins e Columbinas. De amendoado olhar negro como a noite de Salvador á cadência típica do ritmo dos andares de fêmea e dos tambores de Oloduns e Timbaladas a andar nesse cio de Pelourinho e mar, tudo em você grita:És bahiana!És a Bahia!
E nesse jogo de capoeira,besouro voa cordão de ouro e canta...

Você não me pega, você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?
Quem é você bahiana?E o que é que a bahiana têm? O que guarda seus tabuleiros, caprichos. sonhos,desejos?Nos gestos, nas palavras, nos poemas, nos desejos, em cada pequeno. pormenor, está lá essa terra mágica e sensual que minha mãe me deu como segunda metade desse bandido coração.Reconheço de longe essa Bahia, que me deu o sexo de homem, ao lado desse Pernambuco que me deu a força dessa mulher.Sou esse contrário de terras, e nunca inteiramente serei de uma ou de outra,mas, sempre terei essa parte de mim, nesse lugar, que me habita a alma de vanessas.

Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não
Sente forte esse cheiro de texto Vanessa.Me toca com esses desejos de Vanessas.Vanessas que já foram a minha primeira tentativa de ficar, vanessas que me beijaram a boca a primeira vez e me namoraram, que não fizeram a minha primeira vez mas que pela primeira vez me tocaram nos pensamentos, vanessas que virtualmente me seduziram de longe, vanessas que foram madrinhas e me adotaram sem saber como mães.Meu complexo eterno de Édipo:E ameaçaram maternalmente me bater se pronunciasse certos nomes desse passado de tão recente ser.É minha sublimação!Mas que nunca comigo deitaram ou me pertenceram como mulher, como beleza.Nem todas morenas, uma ao menos era branca, mas quando negras e morenas, me mexeram tanto a libido como se meu sexo todo gritasse a imaginação e fosse vanessa.Todo vanessa, eu sou vanessa.Sempre estive a sombra dessa palavra, dessa natureza, que de tão selvagem, me arranca um prazer tão gostoso de estar perto delas, como se o mundo todo fosse vanessa. Como se fosse orgasmo de mulher, gozo de homem, prazeres e cheiros de vanessa.E já beijei muita boca, mas nenhuma é tão gostosa quanto beijar uma boca bem molhada de vanessa... e só de imaginar como seria ainda mais se fosse morena e negra, me dá na boca essa água de pecado que gosto dá naquele que sonha em ter uma vanessa. Novamente, e dessa vez na minha barraca, nessa madrugada inteira.E cada palavra cantada em poemas, que saem de pensamentos desconexos de sua cabeça, que se tornam escritas em virtuais teias, desse lirismo de Novos Bahianos 2.0 High Tech, se tornam beijos de vanessa, a beijar pessoas inexistentes que só vanessa sabe serem, que são alvos de seus sentimentos ou não, mas que cada leitor se imagina como a beijar ela, que é e sempre foi, vanessa. Mas, quem é você?

Eu sou o preto norte-americano forte com um brinco de
ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música,
A mais velha e mas nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya
Te cansa ler tanto poema?Sei que sim,sei que há...de sentir essa moleza de redes indígenas femininas.Te dá preguiça essa pernambucana verborragia (Não me diga que já cansoua vista?Nao concorde anda,nessinha!)?Bendita Indolência a usa menina!: Relaxa!Se não fosse longo não seria meu,nem Ode.É um porre,mas podia sem pior não dizer as palavras sobre essa menina,que é você.Tão Linda,de se ver!E não chora (se tiver,tenho lenço,cmaisa branca,e colarinho de linho com cravos na lapela,como Vadinho,de dona Flor e seus Dois Maridos,o ménage a tróis do mundo dos mortos-vivos!Coisa de defuntos bahianos...)que ainda há muito o que ler: Eu tenho uma Santa Casa de Misericórdia inteira de barrocos escritos da Bahia!Esculpidos em anjinhos, com vestes de ouro,ouro que adorna as bahianas filhas de Oxum, a servir seus quitutes bahianos nesse Pelourinho de Iemanjá,Janaína,Rainha do Mar. Te eleva a dor Lacerda,vê de cima, logo a baixo e a frente do mercado, aquele forte que não sei se sempre esteve lá, quando nos sermões do Padre Antônio Vieira, se dizia como nas Catilinas de Cícero, "delenda est Holanda!". E que numa jornada de tolos homens vassalos de Espanha,em dois anos arrancasse essa gente do Norte, que melhor estaria a norte de suas vistas, em Recifes e Pernambucos, longe das Bahias,Leões famintos desse açúcar branco, sabores do Norte.
Me ilumina o Farol da Barra, essa luz incandescente de vela apagada, todo preto e branco, vigia essas mares de Iemanjá, esses navios de negreiros pescadores de Câmara Cascudo, de oratórias de Rui Barbosa, de inspirados cantores, como as cores desse povo, que se veste com tantas cores, como se o arco-íris todo fosse Bahia.Meu jogo de capoeira, sensual como os movimentos do berimbau.E como dizia os vermelhos dizeres das cearenses de Kaliza Holanda: SENSUALIZA!São negros lindos,escravos apolíneos de Dionísio: Como pequenos diabos de ENEH´s, cheios desse Axé, a desfilarem corpos suados, nus, desnudos meninos, capitães de areia patrícios, de peitos e negros braços, coxas grossas como toras de carvalho, vergonhas sem terem medo de serem amostras, fechados com os colares de ogum e santos negros másculos, que arrancam suspiros e beijos molhados, dessas meninas sempre saudosas de suas barracas e cheiros, de terreiros amores de bahianos apaixonados.Livres como passáros, mas não emancipados desses desejos escravos.
E assim então,eu me cego,porque meu olhar não te toca,e nem pode alcançar...

Seu olho me olha, mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar

 
Todos são filhos de Gandhi!De Caetano e dona Canô!De novos bahianos e Gilberto Gil!De Raul Seixas,Bethânia e Gal Costa com suas aranhas!De Zélia Gatai e Jorges (eternamente) Amados!De Mãe Menininha do Gantois e irmã Dulce!De todo rock,mpb e Axé,muito Axé!De terreiros!De João Gilberto e Dorival Caymim!Desse sol de tarde queimando em preto e branco imortalizado pelos negros braços dos homens a puxarem as redes do mar bahiano de Pierre Verger.Dos pensamentos de August Rodin.Esses existencialismo de inventar-se Bahia para Jean Paul-Sartre,Simone de Beavoir e Albert Camus.Desse sexo de Michel Foucault.Cujo mar já foi ameaçado por corsários piratas e submarinos de nazistas, com suas arianas suásticas.Que cantam essa Bahia mística das turistas norte-americanas cinquentonas, de Walt Disney, que Pato Donald e Zé Carioca, viram em malandros brancos acompanhados de Carmem Miranda,a dançarem capoeiras e oferecendo "os quindins de iáiá".Dança de inseto, de besouros negros.Negros como no Haiti,como em Luanda, como no Benin, como em Angola, como em Mali.Como nesse Atlântico de Áfricas Negras. E que se revoltam todos os muçulmanos Malês,se essas coisas todas não forem parte desse jeito bahiano, de bahiana vanessa ser!

Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem nao è reconcavo nem pode ser reconvexo
E isso tudo faz parte de mim,esse negro de olhos castanhos negros, 1,88 de serem bahianos e pernambucanos sentimentos.De cabelos negros que ficam anelados facilmente com o tempo.De faces marcadas por tantas lágrimas de serem sentidas e corações de feridas cristalinas de seres intensos.Tudo isso faz parte de meu ser, de meu bahiano ser, meu vanessa ser.E assim eu te amo, como não haveria de ser.E és tão linda, como a Bahia,de minha pequena e majestosa,única,gostosa,teimosa,guerreira,"vidente"(que o diga..thaís,sobre esses últimos...),forte,maternal,maravilhos,espiritual e espirituosa,sem noção,e simpática (além de meio cega,me chama de lindo todo dia xD),modesta e linda (palavras da mesma), minha mãe bahiana e biológica, dona Cristina Conceição Costa!

Não reparem na Bagunça viu gente,essa foto é do ano passado,eu acho (olhando ela até parece que eu sou forte...saudadesd e minha academia T_T!FATO!TRISTE END¬¬¬...).

Prológo: Reconvexo - Maria Bethânia



Reconvexo
Maria Bethânia

Eu sou a chuva que lança a areia no Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega, você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não
Eu sou o preto norte-americano forte com um brinco de
ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música,
A mais velha e mas nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem nao è reconcavo nem pode ser reconvexo



Te amo,minha Bahia!


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