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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Kaliza Holanda



Pela sua cabeleira vermelha
Pelos raios desse sol lilás
Pelo fogo do seu corpo, centelha
Pelos raios desse sol
Taxi Lunar, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho.

Vermelho. Essas letras do seu texto serão assim:  Como o sangue, o comunismo, o partido jacobino, e o crepúsculo (solar, não o de Stephénie Meyer...).Essa era a cor de seus cabelos.Era um fim de tarde daquele dia de ENEH. Que dia era?Não me importa mais lembrar. Eu estava num local semelhante a uma taba ou oca indígena.Meus olhos negros choravam, e o vento era como um lenço para mim. E você estava lá...
Mas,não foi o primeiro lugar em que eu te encontrei: Te vi bem aperriada, corrida, suada, e algo bem esbaforida, no prédio da Reitoria da Universidade Estadual do Ceará, a UECE. Que bagunça: Eu me vi no meio de pessoas de todo o país, meio perdido e relapso, por fatos que mal havia começado a digerir e então você corta meus pensamentos com sua presença. "Oi, Matuza,tudo bem?",e uma pequena pessoa que eu mal conheço me abraçou calorosamente do nada (bem calorasamente demais para quem não tinha tomado banho a 12 horas atrás, em outro estado!).Confesso a decepção, pensei: Que mulher feia! Bem, tá certo, daremos um desconto: Organizar ENEH é Foda!Ou melhor, ANTIFODA, porque se fosse FODA, ao menos seria gostoso...No entanto, um fato me surpreendeu:Ela me reconheceu de imediato,e me recebeu como se fossemos velhos amigos. Estranhei: Seria uma recepção profissional?Mesmo assim seria estranho...
Estranhei porque só conheci ela,praticamente, na semana de viagem de ENEH. Eu mal tive tempo de conversar com ela direito, de a conhecer, e ela ou eu nos addemos no orkut, msn e afins.E não deu tempo de conversar, e logo estava num ônibus carregando malas, expectativas e dramas.Muitos dramas.Bagagem inútil de um cara bem complicado.E então, menos de duas horas depois, vejo um ser parecido com gnomo vermelho me aparecer feito uma criança feliz de sete anos para me receber.
Segunda que pensei: Ela me lembra um desenho animado...mas,qual?CAVALO DE FOGO! Caraca,na hora eu ri,mas, guardei.Descobri que esse era um dos apelidos dela...sacanagem com a pobrezinha!Enfim,continuando, ela imediatamente veio conversar comigo,e eu meio sem saber o que dizer apenas dizia:Legal, massa...ela deve ter me achado um idiota!Mas,era porque para mim ela era uma experiência nova.E sou meio devagar com experiências novas...e além do mais,ela tava me repassando todas as informações sobre quem estava por lá e tinha chegado (agradeço a ela o apoio informal para minha primeira ficada de evento...xD).
Melhor ainda foi que no mesmo dia, ela me ajudou bastante,e me deu um constrangimento ímpar: Estava eu com minha récem-ficante de evento,almoçando, chega Kaliza ou Kakah, bem feliz e sorridente, e chamamos ela pra conversar.Ela chega da ás informações do evento e diz:Matuza, me dá seu caneco?Eu prontamente entreguei, de boa. Ai ela explica que, no Ceará, quando a gente quer dizer que a pessoa é toba ela dá o caneco,e eu havia acabado de entregar o caneco...Tipo,essa piada também existe em Pernambuco,mas, porra,foi foda a vergonha alheia bixo...¬¬¬.E logo na frente da minha ficante!Que queima!...
É, quase peguei abuso dela, mas, a menina é tão acelerada, que mal dá tempo de você sentir qualquer raiva dela.Logo em seguida, ela desaparecia mais rápido que qualquer ninja.E sem perceber,reaparecia!Pluft!E lá estava ela ficando com alguém...Pluft!Ela já está ajeitando as coisas do evento!... Pluft! Ela está bebendo!...Pensava,acho que essa mulher não é humana...ELA NÃO PARA PRA RESPIRAR!
Era a Diaba que sensualiza, a mulher que deseja, o pecado que atiça...era vermelho, que nem as chamas do inferno, e underground como o  diabo, que era o autor das canções celestiais...
Foi então que num fim de tarde, eu descobri que ela poderia fazer o mundo parar.O meu mundo.Na verdade, eu estava no meio de uma vertigem, de uma dor...e eu mesmo não parava.E Kaliza me parou.Eu a procurei, e pedi para conversar,ela estava ocupada, cheia de coisas para fazer, e eu bem egoísta, a chamei.E ela foi, e chegando lá, ela me viu tão triste...que foi como se eu não tivesse mais motivo para viver.E perigosamente, cheguei bem perto dessa conclusão...então,ela me mostrou algo:Amizade. 
Nós andamos tanto,e no fim de tarde, eu vi aqueles cabelos vermelhos flutuarem, como se não houvesse gravidade...

Pela, linda, criatura bonita
Nem menina, nem mulher
Tem espelho no seu rosto de neve
Nem menina, nem mulher

E ela não era nem menina, nem mulher.Mas,tinha uma beleza tão vermelha, em pele, que era como se fosse mulher. E a pele tão menina de neve, que era mais que mulher.Seu sorriso tinha carinhos de caju, e gostos de Ceará. E de tanto sorrir e abraçar, me apaixonei perdidamente pela sua amizade, que me deu tanta paz, como se fosse sábado.É certo:Ela não era fácil, e mais de uma vez me colocou em roubadas (como a de levar uma CPU para uma certa pessoa...), ou discutiámos as vezes por bobagem.Mas,ela era tão menina nessas horas, que a gente não demorava muito e sorria,e perdoavámos essa mulher.
Essa mulher que tem o nome do país que conquistou o norte, o Pernambuco, Holanda.Que tem esse desejo de flamengos pelo açúcar, que se demorou 24 anos em nosso imaginário de restauração pernambucana.Que conquistou o Pernambuco que havia em mim , Holanda. Que se fez flor, vermelha rosa. Que eu que sou menino a base de fermento, ser gigante, fica pequeno nos olhos dessa menina vermelha, branca de neve. Cujo coração que pulsa, é da cor desse texto.Que é vemelho,como meu amor de amigo por você, Kaliza Holanda.

Inspirado em: kakah: http://chocolataupiment.blogspot.com/2010/11/kakah.html

Te amo,meu vermelho!

Um comentário:

  1. E aqui eu, vermelha de vergonha, com as lágrimas penduradas nos olhos e feliz pela sua amizade, menino "doido", triste e alegre, engraçado, bagunçado, com quem eu brigo mas que quero bem... Pernambucano que adora um bairrismo assim com o eu tb amo um bairrismo de cearense... Nossa conversa sincera naquela tarde valeu muito pra mim tbm, viu? Pq foi o inicio do momento de tentar compreender esse gigante menino que é você... haha, eu sei que falo muito e que isso agonia as pessoas, mas entre as minhas palavras sempre vão estar "saudade de tu, matuza".=]

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