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sábado, 25 de setembro de 2010

Mare Serenitatis (Um texto para moleca_lunar)

Mare Serenitatis (Mar de Serenidade),a maior cratera conhecida na superfície lunar...

Serenidade.É uma virtude tão esquecida por nós, e que tanto nos falta quando vivemos nossas vidas de gado.Um povo marcado, um povo feliz!: Nascemos, crescemos,amadurecemos,nos reproduzimos, envelhecemos e morremos.Para renascermos de novo,segundo o ciclo de Sâmsara, das reecarnações sucessivas visando a espiar o Karma que nos prende a Maya, "a ilusão",  que vem a ser esse "vale de lágrimas" bíblico, chamado Planeta Terra.Terra, que também é Planeta Água.Águas de Iemanjá e Iansã, de Netuno que também é Poseidôn.Das Sirenes que atrai os marinheiros com suas música, para se a serenarem no fundo de Atlântida.Lugar que Odisseu não queria ir antes de voltar a sua terra natal, que o fez se amarrar ao mastro do seu barco e enlouquecer ouvindo o canto das sereias, enquanto seus marujos , com ouvidos cheios pela cera de abelha, por ordem de Odisseu,continuavam a navegar surdos as suas súplicas de socorro.Essa é a Lei, que para Theodor Adorno, é a Lei que reproduz o Capital dentro dos meios culturais.Assim, o mundo que é azul  lá de cima é vermelho na China. E é Sereníssima, como a cidade de Veneza, na Itália renascentistas dos Doges dos séculos XII-XIII d.C.
É verdade: Sou um animal sentimental que se apega facilmente ao que desperta o meu desejo, tente me obrigar a fazer o que não quero e você vai logo ver o que acontece.E eles viram: Viram minhas ameaças de morte a mim mesmo, meus gritos de "eu te amo", minhas pressões, minhas perseguições a ilusão que eu nutria e a todos que dela participavam.Como Othelo, matei Desdemôna aos poucos, sufocando a felicidade dela em proveito do meu desejo.Fui meu próprio Iago,meu bentinho:Sem ver que como Capitu, ela apenas bastava a si mesma. E queria seu próprio Escobar.No duelo, aonde perdemos o passado de amizades e companheirismos, nenhum de nós dois deu nada um ao outro,ocupados que estavámos em nos ferir mutuamente, nem nos lembramos dos tiros que dariam a morte certeira.Nem do grito de "Fogo!", que dispararia a carga de canhões contra os navios de Espanha. Nem de limpar o sangue dos sabres. Mas,isso todos nós sabemos,pois dentro de cada um de nós, caminha o Dr.Jekhill com sua malévola fórmula,pronto a nos transformar em Mr.Hyde...em sermos o monstro afetivo na vida de alguém. A Fera sem sorte de ter uma Bela.
E agora José?E agora você?A luz apagou, o povo sumiu, a cerveja esfriou...e agora você?Nesse momento, penso nas crateras lunares.Os Gregos antigos acreditavam que na natureza, haviam formas perfeitas, porque a perfeição era pálpavel: Assim o sol era perfeitamente circular como a terra e a lua.Como eram um bando de preguiçosos escravocratas, jamais se deram ao trabalho de procurar desenvolver tecnologias que permitissem ver as manchas negras do Sol, o astro como ele realmente era. O mesmo astro rei que derreteu a cera das asas de Ícaro,enquanto ele feliz,caía no abismo.Assim também é a lua dos enamorados, cheia de crateras de impactos produzidos por um passado distante.Quantos impactos levamos em nossa vida cotidianamente?No deserto do Arizona,Estados Unidos,existe uma cratera gigante que foi provocada por um meteorito do tamanho de uma maçã!Outras crateras podem mudar toda a história de uma vida, como a que extinguiu os dinossauros, no México.E nesse momento,algum corpo interestelar viaja a toda velocidade se chocando com alguma coisa,no mundo, na galáxia,no universo da vida de alguém.
O que quero dizer com isso,é que na nossa vida, sempre nos chocamos com forças que acabam com nossa paz,tranquilidade e felicidade,porque essas mesmas forças são confusas em sua trajetória.E deixam marcas,que podem durar bilhões de anos, ou toda uma vida.Mudam nossa história e deixam um buraco, um vázio imenso.Eu tenho uma cratera como essa na minha vida, e você também deve ter nem que seja uma deixada por uma espinha que você estourou dia desses (eca ¬¬¬!). No entanto, o mesmo tempo que deu as crateras costuma apagar elas:A erosão do solo,provocada pelo vento e pela chuva, deposita diariamente sedimentos que vão preenchendo o buraco aos poucos.Quanto maior a erosão,mais antiga é a cratera.O maior exemplo disso, é a maior cratera da lua,chamada Mar de Serenidade: De tão antiga que é, se tornou hoje um pacífico e calmo planalto de areia cósmica,circundado de uma coroa de terra sempre desgastadas pelos ventos solares.Não sabemos ainda por quanto tempo mais teremos o Mar de Serenidade entre nós....mas de certo,ninguém sentirá sua falta,fora os astronômos.
Assim é o fechamento das nossas feridas, por mais que sejam fundas é preciso deixar que os sedimentos das nossas vivências preencham o buraco aos poucos, que a erosão diária atue nela.Não, não falo em apagar o passado, por será sempre presente em nós,é nossa história.Falo de aprender com ele,e viver o novo.Ser feliz de uma forma, que, pouco a pouco, vá se apagando o mal que foi feito a nós mesmo. Com Serenidade,sempre.
Diego Costa

2 comentários:

  1. Eu tenho uma cratera como essa na minha vida, e você também deve ter nem que seja uma deixada por uma espinha que você estourou dia desses (eca ¬¬¬!)[2]

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  2. O que achei de mais interessante no texto foi sua percepção/conexão com personagens de nossa Literatura
    "Fui meu próprio Iago,meu bentinho" Sem ver que como Capitu, ela apenas bastava a si mesma...
    Dentre Todos o mais interessante pra mim ^^

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