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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sobre as Chuva s e os Cravos ou Quando as vontades já não se bastam,e se é preciso estar perto

Quando o tempo parece passar e não se vê. Quando se sonha mais do que se vive em ter. Quando a chuva cai lá fora e o vento não parece um abraço.É porque já não se basta as vontades, é preciso se estar perto.Mesmo que esse perto seja em locais que jamais sejam alcançados.E gera uma energia tão poderosa, que precisa,e quer ser dissipada.Mas para onde irá a onda de calor?Do epicentro, a onda viaja a velocidade do som,e tudo ao redor se foi.Não se vê os destroços esses  se deixam para trás.E certos dias e pessoas se especializam em lixos nostálgicos nessas horas.Há tão pouco de natureza morta aqui.Há tão pouco de mim.Meus deuses morreram,e minha religião foi derrotada.A minha fé se perdeu de ti, se desvencilhou de si, não existiu em nós. Nós que apertam,sufocam. Gritam sempre a se libertar,como Ândromeda acorrentada perante os rochedos do mar.E que desatados dá origens a pombas brancas voando para algum sentido.Que sentidos?Embrutecidos,nos mantemos distantes,e próximos comos os rochedos que se machucam violentamente nas ondas.Como os cravos e a chuva.Porém distante.Sempre, porque é tão assustadora essa face, aborrece tanto.Lembra,entedia, que não pode e jamais deveria ter sido.E foi. Essa cidade, esses espaços silenciosos.Deixe-os, por favor, como está.Essa febre que não passa, e o meu sorriso sem graça.A sala de estar. O Danúbio Azul na parede. No som,alguma coisa dos anos 90. E os discos brasileiros,dos anos 70. E toda a vida jogada na janela,antes do pôr do sol.Um local onde houvesse água, e o espelho refletindo.A luz.A oca vermelha a tarde.Era assim, até partir e ver que nada tinha tanta importância quanto as folhas caídas no parque.A noite assusta,e cansei de jogos.Indiferentes...Pelo caminho, embrulhando cacos de vidro, tatuando tudo o que restou, tudo o que sou, e tudo o que sempre serei.De preto.Quando as estrelas morrem,elas continuam lá a brilhar mesmo depois de terem ido.Então porque,porque,você não brilhou mesmo depois de ter partido e de nunca ter se despedido, naquele último momento, em que você morreu e deixou a morte nesse imenso vazio em que me tornei?Aonde está o brilho das estrelas?...e isso foi tudo que o silêncio não apagou.   Mesmo que todos os maridos se façam namorados. Mesmo que todas as marcas venham a apagar o passado.Será sempre em algum lugar escrito: Jamais te esqueço,mesmo que de mim já tenhas feito funeral e enterro. Mesmo que do antigo mar,só reste apenas deserto e sal.Não muito perto dali,tem uma estrada.Todos os dias,pessoas vêm e vão.Para nenhum lugar,penso.Elas nunca param,nunca se olham.Então um dia, uma e outra se cruzam, e se fazem híbridos,e todos espantados param.São como átomos em fusão,chamamos isso de amor. 

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