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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A um lobo solitário (por Thaís Soledade)

O texto abaixo foi escrito , em conjunto a uma série de textos do blog: Mundo Público,Universos Particulares , um interessante blog que existe há quase sete anos na internet,e é mantido por uma pessoa a quem muito estimo,thaís soledade, do qual eu fiz um texto para ela (vide textos abaixos). Esse texto me inspirou,e como fala muito de mim,publico o texto: A um lobo solitário . Boa leitura a todos,e obrigado.

Lobo,
Porque te escrevo hoje, não me pergunte. Por muito tempo, evitei que as minhas palavras tocassem em ti. Uma necessidade de provar a mim mesma que, apesar de tudo o que eu leio de mim em teu espaço, que eu não me usaria desses artifícios para atrair a tua atenção. Tá, pode parecer dura essa frase, eu sei; mas prefiro ser sincera do que simplesmente enfeitar ilunstrações para encher a minha janela de coisa alguma.
Ah, lobo... Uivastes tanto para a Lua, por amor à Lua, e esquecestes de que a Lua passa. Tudo passa, até mesmo a tua vida, inquieto e solitário ser. Não fostes abandonado por tua matilha; apenas se chocastes com a rotina dela e quisesses ser diferente. Não mais ser a mesma coisa, o mais do mesmo. Te julgastes velho, quando ainda eras novo. E correstes do teu grupo, disposto à não ser morto. Mas matando-se por dentro, a cada dia.
O desespero de ver teu melhor amigo morto, vítima de si mesmo, de suas angústias e de seus tormentos, dos fantasmas que guardava consigo, fechou-te em uma caverna onde "afastado da terra, ele pensa na fera que o começa a devorar...". Pois é, deixaste um monstro, o monstro do teu inferno interior domar teus sentimentos e fazer-te ator de um dramalhão quando eras apenas um ser com a sua dor. Este monstro feriu a outras pessoas, querendo apenas o amor de um alguém que nunca poderia ser sua - não por falta de carinho e desejo, mas por saber que, acima de tudo, deveria respeitar o que o seu coração dizia.
E este lobo sofreu. Derramou lágrimas, sangrou, pediu para morrer. Mas, um dia, ele saiu da caverna. Uma pessoa especial o libertou, apenas o fez mostrando que viver era importante, que éramos mais fortes que a morte.
Não sei como o lobo agora segue. Feliz? Infeliz? Ele segue. Segue e cresce, vive e aprende. Mas ainda precisa curar a suas feridas, e só o tempo pode ajudar.


Lobo, me pediste perdão... O que eu não posso te dar.
Por quê? Pois, perdoando-te, apenas deixaria em aberto as minhas marcas. Estamos quites, meu caro. As feridas de um são o preço das do outro. Nos ferimos mutuamente, desde o começo. O perdão, deves pedir à quem feriste sem que houvesse te ferido antes - só serás livre, de fato, quando fores forte o suficiente para pedir perdão; e ainda que não o recebas, eu o dou por eles, pela consideração ao homem que foi capaz de se humilhar e deverá ser exaltado pelo perdão.
E perguntas: e nós? Não te posso mais fazer promessas. Tentaremos apenas sermos o que tentamos, o que tateamos agora ser: amigos...

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