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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amores estranhos



Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Três margaridas

Os dedos digitando são mais rápidos que a razão. São muito rápidos.Tão rápidos quanto as batidas desse coração.Desabalado.Sem razão.Não há nada mais que racional do que amar sem se quer se ver. Não há nada tão irracional que eu não possa fazer. És um barco...que me naufragas.És um lapso...de segredos.És uma paixão...mais rápida que o querer. Se querer fosse apenas desejo, desejo apenas um beijo, eu ainda ia te querer.Se o beijo fosse uma lanterna acesa, aonde posso apagar-me,as cinzas seriam você.E tudo mais que tivesse fim.Como o rio e o manguezal.Se completam. Como nascedouros.Como matadouros.Somos o sangue derramado, na mordida da boca em beijo de amor.De pássaros e cetins.De laços e carmins. São negros, olhos, derramados.Em mim.

Uma é sapeca e morena
Outra é loura e coquete
A terceira, ruiva e sardenta
Morde uma dúvida entre os dentes

O beijo é mais rápido que o abraço, que se segue como um laço,que se faz querer. As barracas estão sempre armadas, como soldados a nos defender. E esse mar...que cobre em mim.Minha praia, é seu corpo nu.Em você, acreditei perder, todo o que serei, e tudo que entregar.Vou deixar, de herança o meu toque no corpo obscuro, a língua sempre em choque, devassa medida do seu ser.Devassar o rídiculo, que me move em círculos.Viciosos.Divide seu admirável mundo novo em retorno de teu sabor.De sal.Amarga a saudade tua.De carnal.Porque você verá, que ainda estamos lá.No tempo,no passado.Sempre a beijar...

Essa dúvida vermelha
Maçã de pedra estralando
Guarda a semente vermelha
De uma transformação

Carnaval é a festa dos prazeres.De palhaços. Mais de mil dançando nos salões,em rodopios delirantes. Mormaços.Arlequim beija a boca do teu namorado pierrot, ama essa tristeza homossexual que persiste em você. Colombina,se revela menina na noite que me faz sofrer. Eu queria, você. Você queria a mim. E nós queremos,o quê aqui, afinal?Se a distãncia não nos quer ver.Poderemos fugir?Poderemos esquecer?Já passou, o perigo de se querer. Só a rotina,salva a razão, e tudo se torna tão normal.Como balões de Hélio,subindo mais pesados que o ar.Se tudo que faço é nsomente em ti navegar... Confesso o sonho de um dia te encontrar. Nos textos que sei escrever.Com os alfabetos de escola. que um dia aprendi eu vou te escrever.Tão banal.

Ouve-se uma canção
Ouve-se uma canção

Uma angra. De reis.Uma Bahia. De todos os Santos.Um Grão. De Pará. Um Espírito. Santo. Um Rio.De Janeiro.Um Pernambuco.Inteiro.Oh Linda contemplas o mar que uma hora a morena te deu. Confessas em ondas musicais os pensamentos que um dia foi seu.E chorar! A semana que já não nasceu. Um mês, de prisão em um navio negreiro. Um semestre de memórias do cárcere e seu carrasco fui eu.Nove meses de gestação.Um parto e toda sua dor. Foi um ano, em que pesas a revolução.68 em Paris ou seria 45 em Nagasaki?Tinge-me, como tecido de romântica mulher. Computas a dor que eu deixei.Toda essa confusão marcada por fotos e programas de tevê. E sejas, muito feliz.Mesmo que seja,longe de mim.E de você.Se um dia me escrever...

Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Duas margarida
Uma flor. Eu não te dei. Um presente.Foi o que eu deixei. Um pulsar.De estrelas cadentes.Uma pulseira.Cadência de si´s.Notas musicais. Se lembra do teu selo em mim? Me tirar.A virgindade do menino.O beijo que deixei em ti.Foi salvar.A alma que eu deixei ir.Quer brigar.Contigo tantas vezes fiz . Punhais, pétalas e metralhadoras. De mágoas. Derramas a revolta, choras a fora, o despejo desse ser em mim.Enterras, o passado,segue a barca.A nau de insensatos.A barca do diabo. O navio dos anjos.Caídos e Decaídos.Como sopros e suspiros.Me beija...
A terceira, ruiva e sardenta
Escapuliu colorida com um amante
Para outra vida

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